A guerra comercial entre China e Estados Unidos voltou a ganhar força após a imposição de uma nova tarifa de 125% por parte do governo chinês sobre produtos norte-americanos. O anúncio foi feito na quarta-feira, como resposta direta à decisão da Casa Branca de elevar as tarifas sobre produtos chineses para 145%. O presidente da China, Xi Jinping, declarou publicamente que o país “não tem medo de uma guerra comercial”, sinalizando uma postura firme frente às crescentes pressões econômicas dos Estados Unidos.
Essa nova alíquota anunciada por Pequim se soma aos 20% de tarifa que já estavam em vigor e que, segundo o ex-presidente Donald Trump, estão ligadas ao combate à imigração ilegal e à entrada de fentanil nos Estados Unidos. Além disso, a Casa Branca também confirmou que produtos com valor inferior a 800 dólares passarão a ter uma taxação de 120% a partir de 2 de maio.
Mercados reagem com volatilidade: bolsas caem após discurso de Xi Jinping
Apesar da retórica agressiva, as bolsas asiáticas reagiram de forma mista. Enquanto o índice de Xangai registrou leve alta de 0,45% e o Hang Seng subiu 1,13%, o Nikkei no Japão recuou quase 3%, e o índice KOSPI da Coreia do Sul terminou o dia com queda de 0,5%.
Na Europa, o clima foi de forte aversão ao risco. As principais bolsas abriram com recuo superior a 1%, revertendo o movimento de alta observado no dia anterior, quando os mercados chegaram a subir cerca de 8% com expectativas otimistas. A incerteza provocada pela nova rodada de tarifas trouxe instabilidade às negociações.
Estados Unidos sob impacto: índices despencam e “índice do medo” atinge pico
Em Nova York, os efeitos da escalada comercial foram imediatos. O Dow Jones recuou 2,50%, o S&P 500 caiu mais de 3% e a Nasdaq sofreu a maior queda do dia, com baixa de 4,31%. A movimentação fez com que o chamado “índice do medo” indicador de incerteza dos investidores atingisse seu maior nível desde a pandemia, sinalizando preocupação generalizada com os rumos da política econômica dos EUA.
No Brasil, o Ibovespa também refletiu o nervosismo global, fechando em queda de 1,13%. Já o dólar ganhou força e avançou 0,88% frente ao real.
Trump dobra a aposta, mas admite impactos
Desde fevereiro, Donald Trump já escalou as tarifas contra a China cinco vezes, começando com 10% sobre todos os produtos importados, passando para 20% em março e atingindo 34% no início de abril. Agora, com as alíquotas em 145%, Pequim acusa os Estados Unidos de romper com os canais de negociação.
Apesar das medidas agressivas, Trump afirmou ter “grande respeito” por Xi Jinping e disse ainda o considerar “um amigo”. O gesto, no entanto, não foi suficiente para acalmar os mercados nem evitar a retaliação chinesa.
Além das tarifas contra a China, os EUA mantêm alíquotas adicionais sobre produtos do México e Canadá, incluindo taxas de 10% e 25% sobre aço, alumínio e veículos.
Em um raro momento de reconhecimento, Trump admitiu que o país poderá enfrentar perdas durante a transição dessa nova fase comercial, mas não descartou retomar a política de “tarifaço” total após o período de pausa de 90 dias.
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