A oposição no Congresso Nacional intensificou sua estratégia para instalar a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do INSS na Câmara dos Deputados. Após o insucesso na tentativa de criar uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que exigiria apoio tanto de deputados quanto de senadores, o Partido Liberal (PL) agora concentra esforços exclusivamente na Câmara.
Deputado do PL assume protagonismo
O deputado Coronel Crisóstomo (PL-RO), relator do pedido da CPI do INSS, afirmou ter se reunido na semana passada com o presidente da Câmara, Arthur Lira, e, mais recentemente, com o líder do Republicanos, Hugo Motta, em cuja residência oficial discutiu a viabilidade da instalação da comissão.
Segundo Crisóstomo, Hugo Motta indicou que poderá instalar até cinco CPIs, mas alertou que o PL precisa escolher quais comissões priorizar entre os sete pedidos feitos pela bancada. “É hora de o partido cortar na própria carne”, afirmou o deputado, ao defender que a investigação das fraudes no INSS seja a principal prioridade da legenda.
CPI do INSS depende de ‘filtragem’ dos pedidos do PL
A partir do diálogo com Hugo Motta, a oposição compreendeu que a instalação da CPI do INSS não esbarra em resistência direta da presidência da Casa, mas sim na sobrecarga de pedidos simultâneos. O PL, portanto, trabalha para “filtrar” suas demandas e apresentar uma lista reduzida, destacando o requerimento voltado às irregularidades no INSS como prioritário.
A expectativa de Crisóstomo é de que a bancada finalize essa triagem ainda nesta semana. Apesar de a agenda na Câmara estar esvaziada, sem sessões deliberativas, o deputado planeja um novo encontro com Hugo Motta antes da viagem internacional do parlamentar a Nova York, marcada para quarta-feira.
Governo resiste e busca apoio no Senado
A tentativa de instaurar a CPMI foi neutralizada pelo governo, que atuou nos bastidores para retirar assinaturas de senadores e inviabilizar a comissão. A presidente da Casa, Davi Alcolumbre, não sinalizou disposição de avançar com o tema, o que levou o PL a redirecionar seus esforços apenas à Câmara.
A instalação de uma CPI exclusiva da Câmara tem menor poder político do que uma CPMI, mas ainda assim pode gerar desgaste significativo ao governo, especialmente se conseguir mobilizar a base bolsonarista e pressionar figuras do Executivo ligadas ao INSS.
Fraudes no INSS e crise no Ministério da Previdência
A motivação central da CPI é apurar denúncias de fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social, que provocaram a queda do então ministro da Previdência Social, Carlos Lupi. A oposição acusa o ex-ministro de omissão ao não reagir às informações sobre irregularidades, supostamente recebidas em tempo hábil para evitar prejuízos aos cofres públicos.
A crise resultou também na saída do PDT da base governista. Apesar da ruptura, o partido ainda mantém pontes com o Palácio do Planalto e não descarta um retorno à base aliada, conforme revelou o deputado Mário Heringer, líder da sigla na Câmara.
PDT fora do governo — por enquanto
Com 17 parlamentares, o PDT tem peso político moderado, mas pode ser decisivo em votações importantes. A saída da legenda do governo foi motivada, além do caso Lupi, pela insatisfação com a distribuição de cargos e atendimento de demandas regionais.
Apesar da recusa do deputado Mário Heringer em integrar a comitiva presidencial em viagem à China e Rússia, o partido sinaliza que não descarta futuras negociações. Segundo apurações nos bastidores, a tendência é que o PDT reavalie sua posição nas próximas semanas.
O post Oposição pressiona por CPI do INSS e articula com Hugo Motta priorização de pedidos apareceu primeiro em O Petróleo.