Governo reduz proteção do Bolsa Família para trabalhadores com carteira assinada: entenda a mudança

O governo federal alterou uma das principais regras de transição do Bolsa Família, voltada aos beneficiários que conseguem um emprego com carteira assinada. A chamada “regra de proteção” — que permitia a manutenção parcial do benefício por até dois anos — agora terá duração máxima de apenas um ano, a partir da formalização do vínculo empregatício.

A mudança foi publicada no Diário Oficial da União nesta quarta-feira (15) e começa a valer para contratações formalizadas a partir de julho de 2025. A medida faz parte de um conjunto de ajustes orçamentários e de direcionamento do programa para famílias em situação de maior vulnerabilidade.

O que é a regra de proteção do Bolsa Família?

Criada para evitar a perda abrupta de renda em caso de conquista de emprego formal, a regra de proteção do Bolsa Família assegura que os beneficiários que superam temporariamente o teto de renda familiar — R$ 218 por pessoacontinuem recebendo 50% do valor do benefício.

Esse mecanismo funciona como um amortecedor financeiro durante a transição para o mercado formal de trabalho. Caso o trabalhador venha a perder o emprego durante esse período, sua família ainda poderá contar com parte do Bolsa Família, reduzindo o risco de retorno à extrema pobreza.

O que muda com a nova regra?

Até junho de 2025, a regra atual — que garante a proteção por até 24 mesessegue válida. A partir de julho, para novos contratos de trabalho, o prazo de proteção será reduzido para 12 meses.

Segundo o texto publicado no Diário Oficial, a alteração não afeta os beneficiários que estão sob a proteção da regra até junho de 2025. Para esses, o tempo de 24 meses continuará garantido, evitando efeitos retroativos.

Por que o governo fez essa mudança?

A principal justificativa do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social é a focalização do programa: ao reduzir o tempo da proteção, o governo espera direcionar os recursos para famílias em situação mais crítica, cuja renda permanece abaixo do limite por mais tempo.

Outro fator relevante é o orçamento mais enxuto do Bolsa Família para 2025. De acordo com o governo federal, o valor destinado ao programa neste ano é quase R$ 10 bilhões menor em relação ao ano anterior. Diante desse cenário, ajustes nas regras tornam-se necessários para manter a sustentabilidade do programa e sua capacidade de atender às famílias mais vulneráveis.

Impactos práticos para os beneficiários

A mudança pode gerar dúvidas e insegurança entre os beneficiários que almejam conquistar um emprego formal. Embora o programa ainda mantenha parte do benefício por 12 meses, o prazo reduzido exige um planejamento financeiro mais rigoroso para que a família consiga se manter após o fim da proteção.

Especialistas alertam que, apesar da lógica fiscal da medida, é fundamental que o governo acompanhe os efeitos sociais da redução, especialmente em um cenário econômico instável e com alta informalidade no mercado de trabalho.

Contexto do Bolsa Família em 2025

Atualmente, o Bolsa Família beneficia cerca de 21 milhões de famílias no Brasil, com pagamentos médios de R$ 600 a R$ 700, dependendo da composição familiar. Além do valor base, o programa oferece adicionais por criança, gestante e adolescentes.

O programa exige que a renda per capita da família seja de até R$ 218, e impõe condicionalidades como frequência escolar, acompanhamento de saúde e vacinação.

A nova medida representa uma mudança estrutural na transição para o emprego formal dentro do Bolsa Família. Embora mantenha um mecanismo de proteção por tempo limitado, o corte pela metade no prazo pode impactar negativamente famílias que dependem do tempo extra para estabilizar suas finanças.

Para evitar desinformação, é essencial que os beneficiários estejam atentos às novas regras, especialmente se estiverem em processo de contratação formal. A orientação é que busquem suporte nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS) e acompanhem os comunicados oficiais do governo.

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