Durante uma viagem ao Oriente Médio, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez duras críticas à Apple por transferir parte da produção de iPhones da China para a Índia. Trump demonstrou publicamente insatisfação com o CEO da companhia, Tim Cook, e pediu que a Apple considere retomar a fabricação em território norte-americano.
Segundo Trump, a decisão da Apple representa um erro estratégico que fere os interesses econômicos dos Estados Unidos. “Tivemos um pequeno problema com Tim Cook”, disse Trump, ressaltando que o país tolerou por anos a presença das fábricas da Apple na China, mas não aceita vê-las migrarem para outro país, como a Índia. O republicano foi enfático: “Não queremos que ele construa fábricas na Índia”.
Pressão política e entraves estruturais
Apesar da pressão política, especialistas consideram improvável que a Apple atenda ao pedido de Trump. Isso porque a infraestrutura necessária para fabricar cerca de 60 milhões de iPhones por ano ainda não existe nos Estados Unidos, enquanto a Índia já conta com a cadeia produtiva consolidada, mão de obra especializada e custos significativamente menores.
Além disso, a produção de iPhones exige tecnologia de ponta, robótica avançada e um nível de automação que, segundo autoridades do governo Trump, ainda está em desenvolvimento no país. Robert Lighthizer, ex-secretário de comércio, chegou a afirmar que “os americanos serão os chefes das fábricas, não quem vai parafusar os celulares”.
Investimentos bilionários e afastamento político
Apesar da crítica, a Apple anunciou que pretende investir US$ 500 bilhões nos Estados Unidos nos próximos anos, focando em centros de pesquisa, fábricas robotizadas e desenvolvimento de novas tecnologias. Ainda assim, a fabricação dos smartphones continuará sendo feita na Índia no curto e médio prazo.
O episódio é interpretado como um possível afastamento entre Tim Cook e o presidente Trump. Cook, que já doou pessoalmente US$ 1 milhão para a posse de Trump, era visto como próximo ao governo republicano. A mudança da produção para a Índia, em meio a tensões comerciais e políticas, pode representar um novo capítulo na relação entre a gigante da tecnologia e o presidente
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