Mercado Pago sobe rendimento para 120% do CDI: saiba quem pode aproveitar

Em meio à disputa entre bancos digitais e carteiras eletrônicas, o Mercado Pago decidiu subir a aposta. A fintech passou a oferecer rendimento de até 120% do CDI no seu cofrinho digital — uma resposta direta à estratégia do Nubank, que havia feito movimento semelhante recentemente. A novidade, no entanto, vem acompanhada de uma série de condições e limitações que merecem atenção antes de qualquer decisão de investimento.

Como funciona o novo cofrinho do Mercado Pago?

O cofrinho digital do Mercado Pago é uma funcionalidade voltada para quem deseja deixar o dinheiro separado da conta principal, com rendimento diário. Para atingir os 120% do CDI, o usuário precisa ser assinante do plano ML+, que tem duas modalidades:

  • Essencial: custa R$ 9,90 por mês

  • Total: custa R$ 29,90 por mês

Além do rendimento turbinado, os planos oferecem benefícios extras, como:

  • Frete grátis no Mercado Livre (produtos Full acima de R$ 29,90)

  • Cashback de até 5% nas compras (limitado a R$ 15 por mês)

  • Parcelamentos maiores sem juros (em produtos até R$ 900)

  • Rendimento de 105% do CDI na conta principal e até 107% em CDBs pontuais

  • Acesso a serviços como Disney+, Deezer Premium e descontos em Paramount+, Max e Universal

Alternativa gratuita: cofrinho com 115% do CDI

Quem não quiser pagar assinatura ainda pode ter acesso a um cofrinho com rendimento de 115% do CDI. A condição, neste caso, é movimentar ao menos R$ 1.000 por mês na conta (de forma parcelada ou integral), independentemente de o valor permanecer no saldo.

Contas PJ têm um diferencial: para essas, o cofrinho rende automaticamente 115% do CDI, sem exigência de movimentação mensal.

Limites e pegadinhas do rendimento

Ambas as versões do cofrinho têm limites máximos de aplicação:

  • 120% do CDI: até R$ 10.000

  • 115% do CDI: até R$ 5.000

Valores acima desses tetos rendem apenas 100% do CDI, o que reduz o ganho real. Além disso, apesar da liquidez diária e da isenção de IOF, o rendimento sofre desconto diário de Imposto de Renda, o que pode comprometer o efeito dos juros compostos.

O IR é descontado todos os dias úteis, com alíquota regressiva que começa em 22,5%. Como o imposto incide diariamente, ele reduz o acúmulo do rendimento, diferentemente de aplicações como CDBs ou Tesouro Direto, em que o IR é cobrado apenas no resgate.

Vale a pena pagar para ter 120% do CDI?

A resposta depende do perfil do usuário. Se a única motivação for o rendimento turbinado, a conta pode não fechar. Um exemplo:

  • R$ 10.000 no cofrinho a 120% do CDI rende aproximadamente R$ 105 por mês

  • O mesmo valor a 115% do CDI rende cerca de R$ 101

  • Diferença mensal: R$ 4

Nesse caso, a assinatura de R$ 9,90 só se pagaria se o usuário utilizar outros benefícios, como os serviços de streaming ou o frete grátis.

Já a assinatura de R$ 29,90 no plano Total só vale a pena para quem realmente aproveita todos os serviços incluídos — como Disney+, Deezer Premium e os descontos nas plataformas de vídeo.

Outros detalhes importantes

  • Não há garantia do FGC, pois o cofrinho é uma conta de pagamento, não um CDB

  • A rentabilidade pode mudar a qualquer momento, sem aviso prévio

  • Os valores aplicados são direcionados para títulos públicos federais, conforme exigência do Banco Central

  • Ao perder a elegibilidade (cancelar o plano ML+ ou não movimentar R$ 1.000/mês), o rendimento volta para 100% do CDI

O post Mercado Pago sobe rendimento para 120% do CDI: saiba quem pode aproveitar apareceu primeiro em O Petróleo.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.