Bolsa Família: Entenda o que muda com a nova regra de proteção a partir de junho

O governo federal anunciou mudanças importantes na chamada regra de transição do Bolsa Família, também conhecida como regra de proteção. A partir de de junho de 2025, o prazo para permanência no programa, mesmo com aumento de renda familiar, será reduzido de 24 para 12 meses. Além disso, o valor do benefício será reduzido pela metade para quem ultrapassar o limite de renda per capita de R$ 218.

O que é a nova regra de transição?

A regra de transição foi criada para garantir que famílias que melhoram sua renda gradualmente não percam o benefício do Bolsa Família de forma abrupta. A ideia é permitir uma saída mais segura do programa, reconhecendo que a superação da pobreza não acontece de um dia para o outro.

Com a atualização, essa proteção continuará existindo, mas por um período mais curto e com valores reduzidos. A medida vale somente para famílias cuja renda ultrapassar R$ 218 a partir de junho de 2025. Quem estava nessa condição antes da data continuará sob as regras antigas, com direito a 24 meses de permanência.

Como a renda é calculada?

A renda per capita é determinada pela soma da renda total da família dividida pelo número de moradores da casa. Por exemplo, uma família com cinco pessoas e renda total de R$ 1.300 tem uma renda per capita de R$ 260, ultrapassando o teto de R$ 218 e, portanto, se enquadra na nova regra de proteção.

Valor do benefício é reduzido

Com a entrada na regra de transição, o valor do Bolsa Família passa a ser de 50% do que a família teria direito. Se antes uma família recebia R$ 600 como benefício base e mais R$ 150 por um adolescente, totalizando R$ 750, o novo valor cairia para R$ 375.

É importante ressaltar que os adicionais pagos por filhos pequenos, adolescentes ou gestantes continuam sendo contabilizados normalmente — o corte afeta apenas o valor base do programa.

Quando as mudanças começam a valer?

As alterações passam a valer para famílias que ultrapassarem a renda limite a partir de de junho de 2025. Quem estava sob a regra de proteção antes dessa data segue com os 24 meses de cobertura e o valor integral do benefício durante esse período.

Quem continua recebendo normalmente?

Famílias compostas por uma única pessoa, como idosos ou beneficiários de renda mínima que não têm outras fontes de sustento, não serão afetadas pelas novas regras — desde que a renda continue abaixo do limite estabelecido.

No entanto, para quem vive sozinho, o governo poderá realizar visitas domiciliares antes de validar o Cadastro Único, a fim de confirmar a composição familiar.

E se houver perda de renda?

Caso a família volte a ter renda abaixo do limite, é possível retornar ao programa com prioridade, recuperando o valor integral do Bolsa Família. Esse retorno, segundo o governo, é automático após a atualização cadastral, sem a necessidade de nova inscrição.

Casos que geram dúvidas nos beneficiários

Vários beneficiários têm relatado quedas inesperadas no valor recebido, como no caso de uma mulher que antes recebia R$ 900 e passou a receber apenas R$ 519. Isso pode ocorrer por descontos de empréstimos consignados, pagamento automático de contas ou, eventualmente, pela aplicação antecipada da nova regra, se a renda familiar tiver ultrapassado o limite.

Outro ponto importante: o governo realiza cruzamentos de dados automaticamente, via sistemas como o Cadastro Único e o INSS. Assim, quando um membro da família passa a trabalhar com carteira assinada, o sistema identifica a mudança na renda familiar, mesmo sem notificação direta.

O que fazer se o benefício foi cortado ou reduzido?

Caso o valor do benefício tenha diminuído significativamente ou o pagamento tenha sido interrompido, o primeiro passo é verificar o Cadastro Único. Informações erradas, como doações registradas como renda, podem influenciar diretamente na concessão do benefício.

Se necessário, o beneficiário deve procurar o CRAS (Centro de Referência de Assistência Social) para esclarecer a situação e, se for o caso, solicitar a correção dos dados cadastrais.

A nova regra de transição do Bolsa Família reflete um esforço do governo em equilibrar a proteção social com o incentivo à autonomia financeira. A redução do prazo e do valor do benefício busca evitar distorções, mas pode trazer insegurança para famílias que vivem no limite da vulnerabilidade.

É fundamental que os beneficiários estejam atentos às mudanças e mantenham seus dados atualizados no Cadastro Único para evitar interrupções injustificadas no recebimento do benefício.

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