
Belém, Ananindeua e Marituba terão a aplicação das provas em datas diferentes devido à realização da Conferência Mundial das Mudanças Climáticas, a COP 30. O projeto ‘Enem para Todos’ é uma iniciativa de um curso preparatório para vestibular do município, que disponibiliza aulas online, aulões presenciais e simulados tri de forma gratuita
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A aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em datas distintas do restante do país, em Belém, Ananindeua e Marituba, tem gerado apreensão entre estudantes e professores. Os exames estão marcados para os dias 30 de novembro e 7 de dezembro, enquanto o restante do Brasil fará as provas nos dias 9 e 16 de novembro. A mudança ocorre por causa da realização da COP 30 na capital paraense.
A principal preocupação envolve o método de correção das provas, conhecido como Teoria de Resposta ao Item (TRI).
Devido à mudança de datas, alguns estudantes preocupados com a TRI já optaram por se inscrever para realizar o Enem em outras cidades, buscando evitar possíveis prejuízos na nota.
É o caso de Cauã Teixeira, que tenta uma vaga em medicina pela segunda vez e decidiu não arriscar. “Posso acabar não entrando e perdendo a minha vaga justamente pelo local da minha prova”, afirma.
Para o estudante Antônio Coelho, que fará o exame em Belém pela terceira vez, a proximidade da família foi um fator importante para o bom desempenho, por isso optou, mesmo preocupado, por fazer a prova na data diferente na capital paraense.
“É um momento nervoso e ficar longe da família pesa muito. Acho que em Belém vou estar mais confortável e ambientado”, diz.
O que é a TRI e como ela funciona?
Segundo especialistas ouvidos pela reportagem, a TRI avalia não apenas o número de acertos, mas também a coerência nas respostas dos candidatos.
O sistema funciona da seguinte forma:
são atribuídas pontuações diferentes para questões fáceis, médias e difíceis;
o estudante que acerta mais itens fáceis e médios tende a ter uma nota maior;
já se o candidato acerta questões difíceis, mas erra as mais fáceis, o algoritmo pode interpretar que houve chute, o que pode reduzir a nota final.
O que o método tem a ver com a mudança das datas no Pará?
Para o professor de matemática Victor Brow, há o risco de que os estudantes dessas três cidades sejam prejudicados caso a prova reaplicada apresente um nível de dificuldade diferente da prova regular.
Ele cita como exemplo o Enem de 2016, quando cerca de 200 mil candidatos fizeram uma reaplicação. Na época, a prova considerada mais fácil resultou em notas mais baixas, exigindo mais acertos para alcançar a mesma pontuação dos candidatos da prova regular, segundo ele.
O que diz o INEP?
O Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), responsável pelo Enem, garante que as provas aplicadas em datas diferentes terão o mesmo grau de dificuldade e que nenhum candidato será prejudicado.
O Inep reforça que todas as versões do exame são elaboradas para manter o mesmo nível de dificuldade, independentemente da data de aplicação, e que o sistema de correção busca garantir a equidade entre os participantes.