Inflação em queda anima mercados, mas cenário fiscal ainda preocupa investidores

Os últimos dados de inflação divulgados nesta semana, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, trouxeram certo alívio ao mercado. O IPCA abaixo das expectativas no cenário doméstico, somado ao CPI mais fraco nos EUA, alimentou a percepção de que as políticas monetárias mais rígidas começam a surtir efeito, com impacto direto nas expectativas de juros e no comportamento dos investidores.

No Brasil, os sinais de desaceleração na atividade econômica ficaram evidentes com a redução nas concessões de crédito e o encarecimento do financiamento, efeitos diretos da política monetária atual. A curva de juros reagiu, com ajustes que indicam uma reprecificação dos ativos. O Ibovespa também respondeu positivamente, impulsionado ainda pela valorização das ações da Petrobras.

Apesar do otimismo pontual, o cenário ainda exige cautela. A política fiscal brasileira continua sendo um ponto de tensão, especialmente diante da indefinição sobre medidas como o IOF e a dificuldade do governo em avançar com cortes de gastos. A falta de uma sinalização firme em prol da austeridade preocupa o mercado e limita o entusiasmo com os números de inflação.

Nos Estados Unidos, a surpresa com o CPI abaixo do esperado reforça a tese de que o Federal Reserve poderá iniciar o ciclo de corte de juros já em setembro. Ainda assim, o ambiente econômico segue desafiador: a guerra tarifária deixa marcas e os dados do payroll mostraram uma economia oscilando entre criação de vagas e aumento nas demissões.

A combinação desses fatores oferece um quadro misto. Por um lado, os índices de inflação mais amenos aliviam parte da pressão sobre os juros. Por outro, o cenário fiscal brasileiro e a fragilidade da recuperação econômica global continuam como obstáculos para uma retomada sustentada.

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