Um bom começo seria guardar entre 5% e 10% da renda. Parece pouco, mas o mais importante é criar o hábito
Victor Tude – planejador financeiro
Joseane Portugal, contadora, empresária, fundadora do Clube de Carreiras, Educação e Negócios, e coordenadora da comissão de normas contábeis do CRC da Bahia, destaca que o primeiro investimento de qualquer pessoa deve ser a reserva de emergência. “Separar parte da renda para investir exige disciplina.Eu sei que não é fácil ver um dinheiro sobrando e simplesmente decidir guardar pensando no futuro. Mas é importante treinar esse hábito. Principalmente para quem tem renda baixa. O primeiro passo é criar uma reserva de emergência — um valor disponível que vai ajudar se você perder o emprego, tiver problemas de saúde ou enfrentar um imprevisto. O ideal é reservar o equivalente a três a seis meses da sua renda. Depois disso, é possível partir para outros tipos de investimento que permitam realizar sonhos e planejar o futuro”.Ser realista evita frustrações. Começar com pequenas quantias e respeitar os próprios limites financeiros reduz o risco de perdas e de abrir mão de necessidades importantes. Um dos perigos para iniciantes é a idealização, muitas vezes alimentada pela internet.
O primeiro passo é criar uma reserva de emergência — um valor disponível que vai ajudar se você enfrentar um imprevisto
Joseane Portugal – contadora e empresária
“Hoje, com o crescimento do digital, surgem todos os dias diversos golpes e promessas de dinheiro rápido. O pequeno investidor precisa ficar atento: se a proposta parecer milagrosa, fuja imediatamente. É fundamental entender que quanto maior o retorno prometido, maior é o risco”, alerta Joseane.Desde o 1º salárioRailton José de Oliveira aprendeu a investir por conta própria, buscando informações em redes sociais e sites especializados. Também participa de cursos gratuitos disponíveis na internet — uma forma acessível de ampliar o conhecimento sem pesar no bolso. No início, sentia insegurança por falta de experiência e orientação adequada, e já chegou a receber propostas de investimentos que atendiam mais aos interesses dos bancos do que aos seus próprios. Com o tempo e a prática, Railton construiu confiança para fazer escolhas alinhadas ao seu perfil e aos seus objetivos. Desde o primeiro salário — hoje sua renda varia entre cinco e oito salários mínimos — ele investe parte do que ganha, começando pela poupança e, depois, migrando para CDBs, Tesouro Direto e outras opções de renda fixa.Com a diminuição das despesas com os filhos, atualmente consegue guardar o equivalente a dois salários mínimos por mês. Para ele, qualquer pessoa pode começar a investir, mesmo com pouco, desde que saiba se organizar, tenha paciência e defina metas claras. “Qualquer pessoa que tenha uma renda e saiba se organizar financeiramente consegue iniciar um investimento. É necessário ter paciência, evitar consumo desnecessário, ter uma meta e correr atrás para atingir”, conclui Railton.*Sob supervisão da editora Cassandra Barteló