A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) anunciou, nesta segunda-feira (30), que deve concluir nos próximos dias o inquérito sobre o caso de feminicídio e sequestro que parou a cidade de Guaxupé, no Sul de Minas, no último sábado (28). A investigação, que apura a morte de Anelise de Carvalho Gomes, de 27 anos, e o sequestro de sua sobrinha de 8 anos, avança com a coleta de provas. O homem apontado como autor do crime é o marido de Anelise.
“O preso segue à disposição da Justiça no Presídio de Guaranésia. As investigações continuam com diligências já realizadas de perícia técnica e médica, e outras vão robustecer este inquérito que vai ser remetido à Justiça em até 10 dias do fato”, comentou a delegada Mireli Mafra, da Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher em Guaxupé.
Confira abaixo um resumo de tudo o que se sabe sobre o caso:
– Como os crimes começaram?
A sequência de crimes teve início na manhã de sábado (28), quando Dario José de Almeida Júnior, de 28 anos, fez uma chamada de vídeo para um policial militar. Na ligação, ele confessou ter assassinado sua esposa, Anelise, com um tiro na cabeça dentro da casa do casal. Ele também informou que mantinha a sobrinha dela, uma menina de 8 anos, como refém, exibindo uma pistola e ameaçando matá-la também.
– Qual a motivação da briga do casal?
Dario relatou aos policiais que os crimes começaram após uma discussão com Anelise. A briga teria sido motivada por um relato feito pela sobrinha de Anelise, que teria apontado um suposto assédio cometido por ele contra ela.
– Como foram as negociações?
As negociações duraram quase 11 horas e foram tensas. Inicialmente, um sargento da PM manteve contato com Dario por videochamada por cerca de cinco horas, durante as quais o autor ameaçou a criança repetidamente, colocando a arma em sua cabeça.
Com a complexidade da situação, o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) foi acionado de Belo Horizonte e assumiu as negociações por volta das 13h. Para liberar a criança, Dario exigiu que um conhecido transferisse R$ 13 mil para a conta de sua ex-mulher. Após cerca de quatro horas de negociação com o BOPE, ele liberou a menina e, pouco depois, se rendeu sem resistência.
– Por quais crimes o investigado foi autuado?
Dario José de Almeida Júnior foi autuado em flagrante pelos crimes de feminicídio, pela morte de Anelise, tentativa de homicídio, pelo disparo contra a viatura policial, estupro de vulnerável, contra a sobrinha de 8 anos, e extorsão mediante sequestro. A prisão em flagrante já foi convertida em prisão preventiva pela Justiça, que considerou a necessidade de se manter a ordem pública.
– Como era a relação do casal?
O casal estava junto há aproximadamente três anos e formalmente casado há dois meses. Segundo relatos de familiares à polícia, o suspeito apresentava problemas emocionais e as discussões entre ele e Anelise eram frequentes, muitas vezes agravadas pelo consumo excessivo de bebida alcoólica por parte dele. Em seu depoimento, Dario alegou ter problemas psiquiátricos desde a infância e afirmou ser CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador), tendo adquirido a arma legalmente.
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