
Polícia investiga novo caso envolvendo Elizabete Arrabaça, de 68 anos. Vítima chegou a ficar internada na UTI depois de passar mal com remédio que recebeu de aposentada. Amiga de Elizabete Arrabaça prestou depoimento na tarde desta segunda-feira (30), em Ribeirão Preto, SP
Aurélio Sal/EPTV
Uma mulher ouvida nesta segunda-feira (30) pela Polícia Civil de Ribeirão Preto (SP) confirmou, em depoimento, que passou mal após tomar um remédio para dor de cabeça entregue a ela por Elizabete Arrabaça.
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A suspeita é de que a mulher, que tem 80 anos e foi madrinha de casamento de Elizabete, de 68, também tenha sido envenenada pela então amiga.
O caso aconteceu há oito anos, em Pontal (SP), e será investigado agora, por meio de um novo inquérito policial, o terceiro envolvendo Elizabete. A defesa dela informou que aguarda o andamento desta nova investigação.
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Na sexta-feira (27), a aposentada foi indiciada pela morte da nora, Larissa Rodrigues, e também é investigada pela morte da filha, Nathália Garnica, em um inquérito ainda em andamento.
As duas morreram após ingestão de chumbinho, veneno usado ilegalmente para matar ratos. Elizabete esteve com a filha e a nora um dia antes nos dois casos, que aconteceram em um intervalo de um mês. Ela está presa na Penitenciária de Votorantim (SP).
Neste novo inquérito, a polícia vai pedir análise de exames e prontuários de Neusa, a amiga de Elizabete, para saber se ela também foi envenenada. Apenas o primeiro nome dela foi divulgado.
À EPTV, afiliada da TV Globo, o delegado José Carvalho de Araújo Júnior, da Divisão Especializada de Investigações Criminais (DEIC), disse que à época dos fatos, Neusa não quis comprar um colar de Elizabete e, após receber um remédio para dor de cabeça, começou a passar mal.
“A Elizabete queria vender um colar e ela se recusou, disse que não tinha dinheiro e não iria comprar. Só que ela disse que estava com dor de cabeça e a Elizabete ofereceu uma cápsula para que ela tomasse. Ela começou a passar mal logo em seguida, foi trazida ao hospital de Ribeirão Preto”.
Neusa apresentou quadro de vômito, diarreia e fala confusa. Ela foi socorrida em Pontal, mas, por conta da gravidade do estado, transferida para Ribeirão Preto, onde ficou internada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).
Vamos analisar todos os remédios, tudo que a equipe médica usou para salvá-la. O IML vai fazer uma avaliação para a polícia para saber se tem relação com veneno ou não”, informou José Carvalho.
Elizabete Arrabaça, Ribeirão Preto, SP
Arquivo pessoal
O delegado também acredita que Elizabete possa estar envolvida em outros casos semelhantes e a polícia deve abrir inquéritos para apurar um a um.
“Achamos muito difícil que essa pessoa tenha começado a cometer esses crimes agora nessa idade. É bem possível que existam casos anteriores e nós vamos investigá-los assim que tivermos conhecimento. Estamos investigando todos os casos que aparecem de pessoas que trazem relatos semelhantes. Nossa obrigação é instaurar inquérito e investigar”.
Indiciamento e investigação
Suspeita de envolvimento nas mortes da filha, Nathália Garnica, e da nora, a professora de pilates Larissa Rodrigues, Elizabete Arrabaça virou alvo das investigações da Polícia Civil e do Ministério Público principalmente porque, nos dois casos, esteve com as vítimas um dia antes de elas aparecerem mortas.
Os casos aconteceram em um intervalo de um mês e chegaram a ser tratados como morte natural. No entanto, laudos toxicológicos apontaram a presença de chumbinho tanto no corpo de Nathália quanto no corpo de Larissa.
Nathália Guarnica e Larissa Rodrigues eram cunhadas e morreram envenenadas em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/g1
Nathália morreu no dia 9 de fevereiro deste ano, em Pontal. Inicialmente, a polícia tratava o caso como morte natural por conta de um infarto, mesmo ela não tendo histórico de doenças cardíacas. Larissa foi encontrada morta pelo marido, Luiz Antônio Garnica, na manhã de 22 de março, em Ribeirão Preto.
A proximidade das duas mortes e as circunstâncias, uma vez que nenhuma das vítimas tinha problemas de saúde, chamaram a atenção das autoridades e os dois casos passaram a ser investigados de maneira paralela.
Elizabete e Luiz foram indiciados na sexta-feira pelo assassinato de Larissa. As investigações sobre a morte de Nathália ainda estão em andamento.
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