Começou nesta segunda-feira (30) o julgamento de Ruan Nilton da Luz, acusado de matar Pedro Henrique Dias, de 28 anos, durante uma comemoração da vitória de Lula (PT) para a presidência da República, em outubro de 2022. O crime ocorreu no bairro Nova Cintra, região Oeste de Belo Horizonte, e deixou outras quatro pessoas feridas.
A audiência de instrução e julgamento ocorre na 2ª Vara do Tribunal do Júri, na avenida Augusto de Lima, no Barro Preto, e ouviu testemunhas de acusação e defesa. A previsão inicial era que 24 pessoas prestassem depoimento, mas sete foram ouvidas até o fim da sessão, entre elas cinco vítimas da tentativa de homicídio.
Segundo os relatos, Ruan apareceu armado na garagem de uma casa no bairro Salgado Filho, a cerca de um quilômetro do local do primeiro ataque, e começou a atirar contra pessoas que participavam de uma confraternização. Testemunhas disseram que ele gritou “É Bolsonaro!” antes de disparar. Ainda de acordo com os depoimentos, nem todos os presentes comemoravam a eleição de Lula, e parte dos convidados havia votado em Jair Bolsonaro (PL), incluindo o dono da casa.
Ruan Nilton da Luz responde ao processo em liberdade. O acusado não esteve presente na audiência desta segunda, mas será intimado para a próxima, marcada pra 16 de setembro. De acordo com a Justiça de Belo Horizonte, ele poderá ser interrogado, caso todas as testemunhas sejam ouvidas durante o dia.
Relembre o caso
Pedro Henrique Dias foi morto a tiros em 30 de outubro de 2022, data do segundo turno das eleições presidenciais. Após a confirmação da vitória de Lula, o jovem se reuniu com familiares e amigos para celebrar, quando um homem armado passou atirando pelas ruas do bairro Nova Cintra. Outras quatro pessoas ficaram feridas.
De acordo com a Polícia Militar, o suspeito, então com 36 anos, atirou em dois momentos distintos. Primeiro, atingiu uma mulher de 47 anos e uma adolescente de 12 que caminhavam na rua. Depois, foi até a avenida Tereza Cristina, onde encontrou Pedro Henrique e outras duas mulheres da família dele, de 40 e 47 anos, reunidos em uma garagem, e abriu fogo.
Pedro foi baleado três vezes e morreu no local. As demais vítimas foram socorridas e levadas ao Hospital João XXIII.
À polícia, o acusado alegou que havia passado o dia bebendo e ficou “desorientado”. Disse que pegou duas pistolas e saiu para “tirar satisfação” com supostos traficantes da região, mas, ao encontrar outras pessoas no caminho, resolveu atirar “aleatoriamente”.
Armas apreendidas
O suspeito foi encontrado por policiais militares escondido em uma mata próxima ao local do crime. Com ele, foram apreendidas duas pistolas, uma faca e, posteriormente, um rifle. Em depoimento, afirmou ter registro CAC (Colecionador, Atirador Desportivo e Caçador) e relatou problemas psiquiátricos, como ansiedade, além de uso irregular de medicação controlada.
A Polícia Civil confirmou que ele foi autuado em flagrante por homicídio e tentativa de homicídio. O corpo de Pedro Henrique foi levado ao Instituto Médico-Legal (IML) da capital.
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