Empresário é condenado a 26 anos de prisão por lavagem de dinheiro ligada ao PCC


Vagner Borges Dias, conhecido como Latrell Brito, também teve imóveis confiscados pela Justiça em Mogi das Cruzes. Latrell Brito foi condenado a 26 anos de prisão em regime fechado
Reprodução/Redes sociais
O dono de empresas suspeitas de ligação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), Vagner Borges Dias, foi condenado nesta segunda-feira (30), a 26 anos e 8 meses de prisão em regime fechado. Conhecido como Latrell Brito, ele responde por cinco crimes de lavagem de dinheiro.
A sentença, assinada pelo juiz da 2ª Vara Criminal de Mogi das Cruzes, Antonio Augusto Mestieri Mancini, acolheu parcialmente a acusação. A denúncia foi feita pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
O g1 pediu um posicionamento à defesa de Latrell, mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.
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Latrell foi preso no dia 27 de janeiro, na Bahia, onde usava um nome falso. Ele estava foragido desde abril de 2024, quando a Operação Munditia apreendeu documentos e mostrou que o grupo do qual ele fazia parte conseguiu contratos em algumas cidades pagando propinas a agentes políticos.
A prisão preventiva do condenado foi mantida porque existe risco que ele fuja ou não cumpra a pena.
De acordo com a sentença, Latrell ainda foi condenado a pagar uma multa correspondente a 80 dias, sendo que cada dia equivale a um salário mínimo. Os crimes foram considerados como ações distintas, e por isso as penas foram somadas.
A decisão determinou ainda o confisco de três imóveis que, segundo a Justiça, foram adquiridos com dinheiro de origem criminosa. Esses imóveis foram bloqueados para que não possam ser vendidos ou transferidos até que a sentença não possa mais ser contestada. Depois disso, eles serão vendidos em leilão público, e o dinheiro arrecadado será destinado ao governo.
Outros dois imóveis que também teriam sido usados para lavar dinheiro não foram confiscados porque já tinham sido vendidos antes da investigação começar.
O Ministério Público solicitou ainda que o réu pagasse uma indenização por dano moral coletivo, mas o juiz negou o pedido porque não ficou comprovado que as ações do réu causaram prejuízo à sociedade de forma direta.
Relação com o Alto Tietê
Em janeiro deste ano, ex-servidores da Prefeitura de Ferraz de Vasconcelos foram exonerados por envolvimento no esquema investigado pela Operação Munditia.
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou ao Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) o ex-vereador Flavio Batista de Souza, o “Inha”, de Ferraz de Vasconcelos, por fraudes em licitações. Além de Inha, outras nove pessoas também foram denunciadas, incluindo Vagner Borges Dias, o Latrell Brito.
Segundo o MPSP, a suspeita é que o grupo tenha fraudado licitações para favorecer uma empresa ligada à facção Primeiro Comando da Capital (PCC). Em abril do ano passado, Inha, além dos ex-vereadores Luiz Carlos Alves Dias, de Santa Isabel, e Ricardo Queixão, de Cubatão, foram presos na Operação Munditia.
Antes disso, em abril de 2024, a operação cumpriu mandados de busca e apreensão em um imóvel de Latrell, em Mogi das Cruzes. Os policiais tinham um mandado de prisão temporária contra o empresário, mas ele não estava no local.
De acordo com o boletim de ocorrência, na casa, que fica em um condomínio de alto padrão da cidade, foram apreendidas três pistolas, além de 89 munições calibre .380, 50 munições calibre .40 e mais 30 munições 9mm. Todo o armamento estava relacionado a Latrell.
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