Lar de idosos em Itirapuã, SP, é interditado pela Justiça e responsáveis são condenados a pagar R$ 500 mil por danos morais


Registro da instituição também foi cassado. Decisão atendeu ação civil pública do Ministério Público que apontou irregularidades como banhos coletivos na madrugada, inclusive em dias frios, e alimentos com prazos de validade vencidos. Ministério Público interdita Lar São Francisco de Assis Antônio Batista de Lima, em Itirapuã (SP)
Ministério Público
O Tribunal de Justiça de São Paulo interditou o Lar São Francisco de Assis Antônio Batista de Lima e cassou o registro da instituição de longa permanência para idosos, em Itirapuã (SP), além de condenar os dois responsáveis pelo espaço ao pagamento de R$ 500 mil a título de danos morais coletivos.
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A decisão é do dia 23 de junho e atende ação civil pública do Ministério Público, que apontou, pelo menos, cinco pontos de irregularidade que já tinham sido identificados em 2023. À época, o MP deu 180 dias à prefeitura para readequação, o que não foi feito.
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Entre os pontos levados em consideração pelo juiz Daniel Diego Carrijo para a interdição, estão:
Banhos coletivos na madrugada, inclusive em período de baixas temperaturas
Condições insatisfatórias de limpeza e organização
Falta de funcionários e falhas na elaboração dos Planos Individuais de Atendimento
Alimentos com prazos de validade vencidos e carne podre servidos aos idosos
O g1 entrou em contato com a defesa de Dilmo Juliano Alves Teodoro e Camila Oliveira Barato de Melo, responsáveis pela instituição, e procurou a Prefeitura de Itirapuã, mas não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Na sentença, Carrijo ressaltou que as provas demonstram que as irregularidades não são falhas pontuais, mas sim um padrão sistemático de negligência e maus-tratos, que caracteriza violação massiva aos direitos dos idosos.
“A situação retratada nos autos evidencia o completo descumprimento dos deveres legais da instituição requerida, configurando responsabilidade civil objetiva pelos danos causados aos residentes”, diz.
Lar já tinha sido fiscalizado anteriormente
Em junho de 2023, o Ministério Público já tinha recomendado a regularização de medidas para que o Lar São Francisco continuasse funcionando. Os diretores da instituição chegaram a ser afastados por liminar.
Uma avaliação feita pelo Núcleo de Assessoria Técnica Psicossocial (NAT) de Franca (SP) à época, pedia a necessidade imediata de reavaliação das rotinas de banhos coletivos, além de garantias de higiene dos idosos e dos espaços por eles ocupados.
O MP deu o prazo de 180 dias para as adequações, mas não houve mudança. Segundo a denúncia, durante uma visita feita pelo promotor do caso ao local, foi constatado que idosos estavam comendo mangas doadas por terceiros para terem o que comer. Uma das idosas, inclusive, chegou a esconder as frutas para não passar fome.
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