As vitórias e derrotas no futebol moram nos “se” e nos detalhes

Ao ver o ex-jogador francês Djorkaeff sentado ao lado do presidente da FIFA em um jogo da Copa do Mundo de clubes, lembrei-me que anos antes do mundial de 1998, vencido pela França, passei a assistir aos jogos das principais seleções para conhecer melhor as equipes e os atletas. Antes de uma partida, todos falavam no Djorkaeff, o destaque do time francês. Quando a bola rolou, fiquei perplexo diante do talento de um jovem alto, elegante, que se tornaria um dos maiores da história do futebol, Zidane. Djorkaeff foi apenas um bom jogador.Uma frase clássica do futebol, bastante repetida, é dizer que “se” não ganha jogo. Obviamente, não ganha, mas ajuda a compreender os detalhes de uma partida, o que aconteceu, o que poderia ter acontecido e o que poderá ocorrer nas partidas seguintes.Flamengo, Fluminense e os ‘se’Escutei nesses dias que se o Flamengo tivesse marcado mais atrás, sem tentar trocar passes pelo centro e usar bastante os lançamentos longos da defesa para o ataque, como fizeram o Fluminense e o Al Hilal nas vitórias, respectivamente, sobre o Inter de Milão e Manchester City, o Flamengo teria muito mais chances de vencer o Bayern de Munique.Fluminense e Al Hilal marcaram com oito a nove jogadores perto da área, mas quando recuperavam a bola, conseguiam trocar passes, avançar e criar chances de gols. Realizaram duas ótimas partidas. A estratégia do Fluminense com três zagueiros funcionou muito bem. Alguns disseram que se, com três minutos de jogo, a bola não batesse no pé do defensor do Inter, ela não subiria, não cairia entre os dois zagueiros para Cano fazer o gol e o jogo poderia ter sido diferente. Outros disseram que se, no inicio do jogo do Flamengo, a bola vinda do escanteio não batesse na cabeça do zagueiro, não aconteceria o gol do Bayern de Munique e a história da partida poderia ser outra.

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Alguns comentaristas e muitos torcedores do Botafogo disseram que se o time tivesse avançado mais contra o Palmeiras, poderia ter vencido. O técnico Renato Paiva, que foi bastante elogiado, até pelo técnico do PSG, por organizar um ótimo sistema defensivo contra o time francês, foi duramente criticado e demitido depois da derrota para o Palmeiras por usar a mesma estratégia.Se o Palmeiras não tivesse feito o gol da vitória na prorrogação contra o Botafogo, poderia ter sido eliminado nos pênaltis. Abel Ferreira, endeusado pela coragem nas substituições, seria muito criticado por tirar Estevão durante a partida, pois ele era o único dos atacantes que criava chances de gols. A entrada de Paulinho foi providencial, mas ele e Estevão poderiam ter continuado juntos no jogo.Fluminense x Al Hilal; Adeus CityNas quartas de final, no jogo entre Fluminense e Al Hilal, qual será a estratégia das duas equipes? Vão marcar mais atrás para contra-atacar, como fizeram contra o Inter e Manchester City ou vão adiantar a marcação para ter o domínio da bola e do jogo?

Cano abriu o caminho para a vitória do Fluminense contra a Internazionale

|  Foto: Marcelo Gonçalves / Fluminense F.C.

Inter e Manchester City decepcionaram. O City possui vários jogadores novos e passa por reestruturação. Guardiola repetiu o erro frequente d e vários técnicos brasileiros, ao aumentar o número de atacantes, esvaziar o meio campo e deixar muitos espaços na defesa.As vitórias e derrotas moram nos detalhes técnicos, táticos, físicos, emocionais, ambientais, nos imprevistos e nos “se”, no que não foi, mas que poderia ter sido.Veja declaração polêmica de Everaldo

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