Taesa (TAEE11): vale a pena investir agora? Veja os riscos e oportunidades

A Taesa (TAEE11) divide os investidores em dois grandes grupos: os que a consideram uma ação para carregar até a aposentadoria, por conta de seus dividendos e previsibilidade, e os que mantêm uma postura cautelosa, vendo baixo potencial no curto prazo. Afinal, ainda vale a pena investir?

Resultados abaixo do esperado, mas com sinais positivos

No primeiro trimestre do ano, a Taesa apresentou lucro líquido levemente abaixo do mesmo período do ano anterior, frustrando parte das expectativas do mercado. Por outro lado, a receita líquida, o EBITDA e a margem EBITDA registraram crescimento no trimestre — ainda que modesto.

Para muitos analistas, a empresa não entregou um crescimento robusto o suficiente para justificar seu valuation atual. A expectativa do mercado era de um EBITDA maior do que o reportado, o que gerou pressão sobre a ação.

Endividamento em alta acende sinal de alerta

Outro fator que pesa contra a Taesa é o aumento do seu endividamento. A dívida líquida cresceu 5% no trimestre, alcançando uma relação dívida líquida/EBITDA de 4,1 vezes — um patamar elevado para o setor. Isso significa que seriam necessários cerca de quatro anos de geração operacional para quitar toda a dívida atual, caso a empresa não realizasse novos investimentos.

Essa alavancagem é vista com preocupação, especialmente considerando os leilões futuros e a necessidade de investir em novas concessões para manter a receita.

Concessões se aproximam do fim e exigem renovação

Parte significativa das concessões da Taesa vence entre 2030 e 2032. Em 2024, a empresa arrematou alguns lotes em leilões, mas em menor quantidade e com menor Receita Anual Permitida (RAP) do que as concessões atuais. Esse cenário indica que a empresa precisará ser agressiva nos próximos leilões para garantir a continuidade de sua receita.

Para outubro de 2025, a expectativa é que a Taesa participe sozinha, sem parcerias, de leilões que podem somar R$ 8 bilhões em investimentos. O CEO da companhia se diz confiante, esperando bom retorno aos acionistas e redução da alavancagem para cerca de 3 vezes EBITDA até 2026.

Dividendos continuam, mas em linha com a média

Apesar dos desafios, a Taesa segue remunerando seus acionistas. Em maio, a companhia pagou dividendos de R$ 0,55 por unit, mantendo um dividend yield próximo à sua média histórica. Nos últimos 12 meses, as ações subiram cerca de 9%, considerando os proventos.

A gestão também projeta um aumento na receita anual de aproximadamente R$ 400 milhões até 2026, reforçando a expectativa de desalavancagem e manutenção dos dividendos.

Oportunidade ou risco?

No mercado financeiro, preço e valor muitas vezes não andam juntos. Em momentos de pessimismo, surgem oportunidades para investidores de longo prazo. Por outro lado, a falta de crescimento nos lucros e a elevada dívida deixam muitos analistas com recomendação neutra para a ação no momento.

De acordo com especialistas, o ideal é analisar se a Taesa se encaixa na sua estratégia de investimentos. O Clube do Valor, por exemplo, que segue estratégias quantitativas, não inclui a Taesa atualmente em suas carteiras de dividendos ou de ações mais baratas, já que a empresa não apresenta crescimento de lucros no comparativo anual nem preço suficientemente atrativo em relação ao lucro operacional.

A Taesa é uma empresa sólida, com histórico consistente de pagamento de dividendos e forte presença no setor elétrico. No entanto, seu alto endividamento, as concessões próximas do fim e a necessidade de crescimento colocam desafios para os próximos anos. Para quem pensa no longo prazo e aceita volatilidade, pode ser uma opção. Para quem busca crescimento ou empresas com múltiplos mais atraentes, talvez seja melhor esperar.

Antes de investir, é fundamental ter uma estratégia clara e avaliar se o ativo se encaixa no seu perfil.

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