A Irani Papel e Embalagem fechou o primeiro semestre de 2025 com alta acumulada de 19,6% nas ações e dividend yield já superior a 7,8%, destacando-se no mercado brasileiro. A empresa alcançou lucro líquido, faturamento e margem operacional superiores aos de 2024, com fluxo de caixa livre positivo e execução bem-sucedida de projetos de expansão fabril.
No mesmo período, suas concorrentes diretas, Klabin e Suzano, acumularam quedas de 16,4% e 17%, respectivamente. O diferencial da Irani está no foco no mercado interno, que representa 74% da receita, e no papelão ondulado, responsável por 60% do faturamento.
Dividendos consistentes e valuation atraente
Até julho, a companhia distribuiu R$ 0,58 por ação em dividendos, com expectativa de novos pagamentos entre agosto e novembro. Caso confirme a projeção adicional de R$ 0,08, o yield anual pode superar 8%, mantendo a trajetória consistente iniciada no re-IPO em 2020.
Mesmo em um ciclo menos favorável para commodities, a Irani permanece lucrativa. Seu EV/EBIT está em 8,4x, com preço sobre patrimônio (P/VPA) próximo de 1,20, enquanto rivais exibem múltiplos mais elevados e dividendos menores.
No comparativo internacional, a empresa supera nomes europeus e asiáticos do setor, combinando baixo endividamento — com dívida líquida em torno de 2,2x EBITDA — e alta capacidade de geração de caixa.
Preço-alvo e perspectivas para investidores
Analistas projetam preço-alvo médio entre R$ 9,70 e R$ 10,30, cerca de 30% acima da cotação atual. O suporte gráfico é identificado entre R$ 6,31 e R$ 6,90, sugerindo espaço para novas entradas em patamares de desconto.
A sazonalidade também joga a favor: após queda de 31% em 2024, a ação recupera parte das perdas e se aproxima de máximas históricas, impulsionada pela queda nos juros e pela valorização do mercado doméstico.
Setor e competitividade
O cenário macroeconômico mais estável favorece players voltados ao mercado interno. Enquanto Klabin e Suzano sentem os impactos de um dólar mais baixo sobre exportações, a Irani colhe benefícios da demanda local por embalagens sustentáveis, um segmento em crescimento.
Projetos recentes ampliaram a capacidade produtiva, e a companhia já sinaliza que os investimentos pesados estão concluídos, permitindo maior distribuição de resultados aos acionistas nos próximos ciclos.
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