
Polícia Civil diz que o aparelho foi removido dias antes do crime e que apura como isso aconteceu. Homem foi preso no dia do crime. Novidade na investigação dos corretores de imóveis assassinados
A defesa do empresário e ex-militar preso suspeito de matar a tiros dois corretores de imóveis em Balneário Piçarras, no Litoral Norte de Santa Catarina, afirmou que o cliente não sabia que o equipamento de gravação da imobiliária onde o crime aconteceu foi removido. A Polícia Civil diz que o aparelho foi retirado dias antes do crime e que apura como isso aconteceu.
O crime foi na tarde de terça-feira (1º) na imobiliária especializada em venda de imóveis com vista para o mar. As vítimas são Thiago Adolfo, de 29 anos, e Deyvid Luiz Leite, de 46, que também integrava a dupla Davi e Daniel. O suspeito de atirar contra eles é Ralf Junior Dombek Manke, de 37.
Em nota na segunda-feira (8), o advogado Rodolfo Warmeling ressaltou que Ralf é réu primário, sem antecedentes, ex-integrante do Exército Brasileiro e possuía registro da arma utilizada. A Polícia Civil afirmou que ele não poderia usar a pistola fora de clube de tiro.
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Ralf Junior Dombek Manke é suspeito de duplo homicídio em imobiliária de SC
Reprodução/NSC TV
Conforme o defensor, o suspeito preso conhecia Thiago há cerca de três anos e mantinha com ele uma relação profissional. Afirmou ainda que depois de um arrombamento na imobiliária no fim de maio, Ralf decidiu vender o ponto comercial, já que o crime gerou prejuízos.
A negociação da venda teria sido intermediada por Thiago e que Deyvid, morto no dia do crime, e outro homem que estava no local das mortes e é ouvido pela polícia na condição de testemunha.
“No dia do ocorrido, Ralf foi chamado até sua antiga imobiliária. Lá, teria sido surpreendido, em desvantagem numérica, e tendo sua integridade física e de sua família ameaçada. Em legítima defesa, reagiu”, detalhou a defesa.
Conforme a defesa, o suspeito acionou Polícia Militar, informou sua localização e se entregou espontaneamente. Em relatório enviado à imprensa, a PM disse que encontrou o homem em um posto de combustível dentro de um carro com a arma do crime: uma pistola calibre 9mm.
Negociação entre sócios
Segundo a investigação, Ralf negociava a compra de parte da empresa por Deyvid e pelo homem que foi testemunha do crime. Thiago teria ido ao local acompanhar o amigo que também foi morto no encontro.
“A reunião que teria sido marcada no local era só entre os três sócios, e o Thiago aparece lá. Mas são questões que ainda precisam ser melhor aprofundadas: quem chamou quem, qual foi a ordem de chegada de cada um deles. São coisas ainda para serem apuradas ao longo da investigação”, explicou a delegada Beatriz Ribas, à época das prisões.
Ainda conforme a investigação, Deyvid virou sócio da imobiliária há cerca de um mês.
“Ele [Ralf] teria se desentendido e, acreditando que os dois indivíduos que estavam na sala, na imobiliária, pudessem estar armados, pois estavam de jaqueta, ele teria desferido os disparos contra os dois. Ele alega legítima defesa. Isso vai ser questionado, porque não tinha outra arma na cena do crime além da arma do autor”, completou a delegada.
Corretores Thiago Adolfo e Deyvid Luiz Leite foram mortros a tiros em uma imobiliária de Balneário Piçarras (SC)
Redes sociais/ Reprodução
O que diz a defesa
Confira abaixo a íntegra da nota da defesa de Ralf Dombek Manke.
O advogado Dr. Rodolfo Warmeling assumiu, na última sexta-feira (4), a defesa de Ralf Manke, ex-militar e corretor de imóveis, investigado pelo homicídio de dois corretores durante uma reunião de negócios na cidade de Balneário Piçarras (SC).
A defesa destaca que Ralf conhecia uma das vítimas, Thiago, há cerca de três anos, e mantinha com ele uma relação estritamente profissional. Após um arrombamento em sua imobiliária no fim de maio, que gerou sérios prejuízos, Ralf decidiu vender o ponto comercial. A negociação foi intermediada por Thiago, que indicou dois interessados: Deyvid Luiz Leite (uma das vítimas) e Rafael.
Apesar da assinatura do contrato, apenas parte dos valores foi quitada. Deyvid permaneceu inadimplente, e a pressão para o cumprimento do acordo aumentou. Segundo apurado pela defesa, os três homens teriam articulado diversas tentativas para atrair Ralf para fora da cidade, com o objetivo de ameaçá-lo — fatos confirmados por mensagens e áudios que já estão em poder da equipe jurídica.
No dia do ocorrido, Ralf foi chamado até sua antiga imobiliária. Lá, teria sido surpreendido, em desvantagem numérica, e tendo sua integridade física e de sua família ameaçada. Em legítima defesa, reagiu. Após os disparos, Ralf acionou imediatamente a Polícia Militar, informou sua localização e se entregou espontaneamente.
A equipe de defesa já identificou elementos relevantes para o esclarecimento do caso:
O equipamento de gravação da imobiliária foi retirado antes do crime, sem o conhecimento de Ralf.
Há registros de ameaças veladas por parte de uma das vítimas dias antes do fato.
Uma das vítimas possui antecedentes por lesão corporal gravíssima em Curitiba (PR), com contexto semelhante de cobranças e ameaças.
Conversas e áudios revelam o comportamento agressivo dos envolvidos durante a cobrança de dívidas.
A defesa colabora ativamente com as investigações e confia na atuação da Polícia Civil, do Ministério Público e do Poder Judiciário, acreditando que, no momento oportuno, os fatos serão devidamente esclarecidos e a tese de legítima defesa confirmada.
Ralf Manke é primário, sem antecedentes, ex-integrante do Exército Brasileiro e possuía registro da arma utilizada.
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