Monah Zein: Justiça entende que delegada de BH não tinha intenção de matar policiais

A Justiça de Minas Gerais descartou a teoria de que a delegada que se trancou por mais de 30 horas em um apartamento de BH tenha tido a intenção de matar policiais que atenderam a ocorrência. A decisão foi publicada nessa quarta-feira (8). Com isto, Monah Zein não será julgada no tribunal do júri por tentativa de homicídio.

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Monah Zein havia sido indiciada pela Polícia Civil e denunciada pelo Ministério Público por supostas tentativas de homicídio qualificadas contra quatro policiais civis, além de um crime de oposição à execução de ato legal.

A acusação afirmava que, em 21 de novembro de 2023, equipes especializadas da Polícia Civil, juntamente com profissionais do Hospital da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros, compareceram ao prédio da delegada para “dialogar e garantir sua integridade física e mental”. As equipes foram mobilizadas após postagens de Monah Zein em um grupo de WhatsApp corporativo, com aparente cunho suicida, segundo os relatos.

Monah se recusou a sair do apartamento por quase 30 horas. Em dado momento, saiu com uma arma de fogo, apontando-a na direção das equipes e dizendo que atiraria caso o grupo não fosse embora.

A juíza responsável pelo caso decidiu impronunciar Monah Zein em relação às tentativas de homicídio de três policiais: Rafael Antenor Tavares e Silva, Rafael de Lucas de Paula e Andrey Rafael de Oliveira. Para esses casos, o tribunal entendeu que não há indícios suficientes de que ela tenha tido real intenção de matar, não devendo ser submetida a julgamento pelo Tribunal do Júri.

A decisão aponta que os disparos subsequentes ocorreram quando Monah Zein já estava recuando para o interior de seu apartamento, e os vestígios indicam que os tiros atingiram estruturas, como a porta do elevador e paredes laterais, não sendo direcionados de forma direta e consciente contra os policiais.

Além disso, a acusação de tentativa de homicídio contra o policial Cleiton Alves da Silva foi desclassificada para um crime de competência do juízo comum. A juíza considerou que não havia elementos probatórios mínimos que indicassem dolo homicida, ou seja, a intenção de matar por parte da acusada.

O disparo contra Cleiton, que atingiu uma parede próxima a ele, foi interpretado como um reflexo ao disparo da spark, arma não letal por parte da polícia. A magistrada observou que a ré, insistentemente, pedia para os policiais se retirarem e abaixarem as armas e, após o primeiro disparo, recuou para o apartamento, mesmo tendo mais munições.

Monah Zein ainda vai responder por oposição à execução de ato legal mediante violência ou ameaça. O processo será encaminhado a uma das Varas Criminais da Capital para as providências cabíveis. A juíza, no entanto, não indicou qual delito será avaliado pela Justiça Comum “para não incidir em prejulgamento a implicar impedimento”

As medidas cautelares impostas anteriormente a Monah Zein foram revogadas.

Relembre o caso

O caso da delegada ficou conhecido em todo o país depois que ela se trancou num apartamento no bairro Ouro Preto, região da Pampulha, em Belo Horizonte, por mais de 30 horas. Durante as negociações, Monah disparou contra os policiais cerca de quatro vezes.

Nas redes sociais, Monah fez várias postagens denunciando supostos abusos sofridos por ela dentro da corporação. Nas mensagens, ela pedia que os policiais saíssem da porta do apartamento.

Em live, Monah contou que policiais chegaram na porta da casa dela por volta das 9h depois que ela avisou que não iria mais trabalhar. A delegada disse ter decidido que “não vai mais viver nesse inferno”.

“São 23h e eles continuam na porta, fazendo eu parecer louca, dizendo que só vão embora quando eu abrir a porta, porque precisam me ajudar. Eu preciso que alguém chame a PM porque tem violadores da lei desde as 9h na porta de uma delegada de polícia fazendo esse teatro”, escreveu ela.

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