Vale divulga relatório de produção e vendas com surpresas nos metais e sinal de oportunidade

A mineradora Vale divulgou seu relatório de produção e vendas referente ao primeiro trimestre de 2025. Em um cenário desafiador, marcado por tensões comerciais e retração no preço do minério de ferro, a companhia conseguiu apresentar crescimento nas vendas de metais estratégicos como cobre, níquel e cobalto — o que pode representar uma janela de oportunidade para investidores atentos ao setor de commodities.

Preço do minério de ferro em queda, mas vendas compensam

No fechamento mais recente, o minério de ferro registrou preço de US$ 96 por tonelada, com uma queda de cerca de 10% em relação ao 1T24. A retração impacta diretamente a Vale, uma vez que o minério é seu principal produto, responsável por boa parte da receita da empresa. Porém, mesmo com essa desvalorização, a mineradora conseguiu aumentar o volume de vendas, equilibrando parcialmente a perda de preço.

  • Vendas de minério de ferro cresceram 4%

  • Finoss de minério de ferro subiram 8%

  • Volume de cobre e níquel em alta

Ações da Vale operam em R$ 53 após queda por tensões comerciais

As ações da Vale chegaram a bater R$ 49 em abril, refletindo a apreensão do mercado diante das tarifas impostas pelos Estados Unidos a países como China e Canadá, onde a mineradora mantém operações e clientes estratégicos. No entanto, o papel já se recupera para a casa dos R$ 53, indicando resiliência frente ao cenário adverso.

Produção de cobre e níquel avança no Brasil e Canadá

A diversificação de receitas com metais além do minério de ferro é uma estratégia que ganha cada vez mais peso. No primeiro trimestre de 2025, a Vale aumentou sua produção de cobre e níquel, tanto no Brasil quanto no Canadá, mesmo sob risco de novas tarifas comerciais.

Destaques da produção no 1T25:

  • Produção de cobre cresceu 11%

  • Níquel teve alta de 17% nas vendas

  • Cobre do Brasil teve aumento de 7,8% nas vendas

  • Cobre no Canadá avançou 3%

Comparativo com o 4T24 revela impacto das tarifas

Apesar dos números positivos em relação ao primeiro trimestre do ano anterior, quando a comparação é feita com o quarto trimestre de 2024, nota-se uma queda mais acentuada:

  • Vendas de cobre no Brasil caíram 18%

  • No Canadá, retração de 15% nas vendas de cobre

  • Níquel teve queda de 17% nas vendas em relação ao 4T24

Esses dados sugerem que os efeitos das tarifas comerciais podem demorar a refletir, mas já começam a se manifestar na comparação mais recente.

Cobalto surpreende e aponta aposta na transição energética

Outro destaque do relatório é o desempenho do cobalto, metal crucial na transição energética e produção de baterias. As vendas cresceram de forma significativa:

  • +53% na comparação com o 1T24

  • +46% em relação ao 4T24

Embora ainda não represente uma grande fatia do faturamento, o movimento sinaliza a estratégia da Vale de ampliar seu portfólio e reduzir a dependência do mercado chinês, buscando parcerias e novos destinos para seus metais.

Caixa robusto e ativos em alta sustentam momento da Vale

A Vale encerrou o trimestre com R$ 30,6 bilhões em caixa, mantendo uma posição confortável mesmo diante da volatilidade global. Seus ativos totais se aproximaram de R$ 500 bilhões, um dos maiores patamares desde 2023. O ativo circulante somou R$ 83 bilhões, reforçando a solidez financeira da companhia.

ADRs da Vale permanecem neutras nos EUA

Apesar dos dados mistos do relatório, os ADRs da Vale (negociados em Nova York) abriram o dia estáveis, na faixa de US$ 9, refletindo uma avaliação ainda cautelosa do mercado externo.

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