Tesouro Direto ou ações: veja qual investimento rende mais no longo prazo

Em um cenário com taxa Selic elevada e oportunidades tanto na renda fixa quanto em ações pagadoras de dividendos, muitos investidores se perguntam: vale mais a pena garantir 15% ao ano em títulos do Tesouro ou 10% em dividendos de ações? A resposta não é tão óbvia.

Renda fixa: previsibilidade e riscos embutidos

A primeira opção, a renda fixa, pode parecer mais atraente à primeira vista. Títulos do Tesouro Nacional prefixados para longo prazo oferecem atualmente cerca de 14% a 15% ao ano — mas atenção: isso antes do imposto de renda e taxas.

Por exemplo, em uma simulação com um aporte de R$ 10.000 em um título prefixado com vencimento em sete anos, a rentabilidade bruta de 14% ao ano resultaria em um montante bruto de cerca de R$ 23.159,94 ao fim do período. Após IR e taxas, o valor líquido ficaria próximo a R$ 20.897,60 — uma rentabilidade anualizada de cerca de 11% líquidos.

Essa previsibilidade, no entanto, tem riscos:

  • Se a inflação superar a taxa contratada, o rendimento real cai.

  • Se precisar vender antes do vencimento, pode sair no prejuízo devido à marcação a mercado.

  • A Selic pode subir ainda mais, tornando o título menos atrativo.

Dividendos: crescimento e reinvestimento

Na outra ponta, ações de empresas sólidas pagam dividendos que hoje podem chegar a 10% ao ano, como no caso do Banco do Brasil, que teve um dividend yield recente de 11,27%. Embora menor que os 15% brutos da renda fixa, esse retorno não conta toda a história.

Empresas geralmente distribuem apenas parte dos lucros. O restante é reinvestido, aumentando receitas e lucros futuros — e consequentemente, o valor das ações e os dividendos no longo prazo. No caso do Banco do Brasil, por exemplo, o payout é de 62,82%, e o retorno sobre patrimônio líquido (ROE) é de 11,97%. A parcela reinvestida gera retorno adicional para os acionistas ao longo do tempo.

Um cálculo aproximado mostra que, além dos 11,27% de dividendos, o reinvestimento do lucro pode gerar mais 4,55% em valor para o acionista, elevando o retorno esperado para cerca de 16% ao ano — superior à renda fixa.

Comparação dos investimentos

Aspecto Renda Fixa (Tesouro Prefixado) Ações com Dividendos
Rentabilidade bruta 14% a 15% ~10% dividend yield
Rentabilidade líquida ~11% ~16% (com reinvestimento)
Impostos 15% IR + taxa de custódia isento para dividendos
Risco Baixo (se até vencimento) Alto (variação de mercado)
Liquidez Somente no vencimento sem perdas Maior, mas mais volátil
Proteção contra inflação Limitada Potencial de superá-la

Se o objetivo for de curto ou médio prazo, a renda fixa pode ser mais indicada, por ser previsível e menos arriscada. Já para construir patrimônio e gerar renda no longo prazo, ações com dividendos, apesar de mais arriscadas, tendem a oferecer um retorno superior, considerando reinvestimentos e a valorização das empresas.

O investidor precisa avaliar não apenas a rentabilidade nominal, mas também o risco, a liquidez, o horizonte de tempo e o objetivo do capital. Um portfólio equilibrado, que contemple as duas opções, pode ser a melhor estratégia para muitos perfis.

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