A Vale (VALE3), uma das maiores mineradoras do mundo, enfrenta um momento de lateralização nas ações, negociadas em torno de R$ 55, mesmo mantendo fundamentos sólidos. O CEO da companhia, em recente evento, destacou que os papéis estão subvalorizados frente ao potencial da empresa e que novas iniciativas devem destravar valor para os acionistas.
Ações lateralizadas e fundamentos firmes
Segundo investidores e analistas, a ação da Vale está “de lado” há meses, sem tendência definida, mesmo com resultados operacionais robustos. O CEO pontua que isso reflete um mercado mais imediato e que ainda não precifica plenamente os avanços estratégicos da empresa.
Atualmente, a Vale representa cerca de 7% da carteira do investidor entrevistado, com preço médio de R$ 59,34 — abaixo da cotação atual, o que reforça a percepção de que a ação continua atrativa para investidores de longo prazo.
Estratégia para destravar valor
Entre os principais pilares para impulsionar a companhia, estão:
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Recompra de ações: renovado programa de recompra como forma de remuneração aos acionistas, por considerar as ações baratas frente ao valor intrínseco.
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Diversificação: ampliação da produção de cobre e níquel para reduzir a dependência do minério de ferro.
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Redução de custos: foco em atingir um C1 (custo caixa por tonelada) entre US$ 18 e US$ 19 até 2030.
O executivo reforça que a Vale tem capacidade técnica e projetos em andamento para aumentar a produção de cobre das atuais 350 mil para 700 mil toneladas, além de continuar crescendo no minério de ferro para alcançar entre 340 e 360 milhões de toneladas no curto prazo.
Dividendos e recompra em foco
Os dividendos projetados para 2025 e 2026 estão em torno de 8% a 10% de yield, menores do que poderiam ser porque a empresa prioriza, neste momento, a recompra de ações como a melhor forma de retorno aos investidores.
Um relatório recente da Genial Investimentos destaca que, apesar do cenário ainda desafiador para o minério de ferro, a ação da Vale negocia a um múltiplo EV/EBITDA 2025 de apenas 3,8 vezes — abaixo da média histórica de 5 vezes — o que indica desconto relevante.
Perspectivas para o mercado e para a China
O CEO também comentou que, embora a China tenha atingido um pico de demanda por minério, a desaceleração deve ser gradual, e outros mercados como a Índia podem emergir como importantes consumidores de aço, mantendo a relevância do minério de ferro.
Resumo em números
Indicador | Atual | Meta/Projeção |
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Cotação aproximada | R$ 55 | — |
Participação cobre na produção | 350 mil t | 700 mil t até 2030 |
Produção minério de ferro | 328 mi t | 340–360 mi t |
C1 (custo por tonelada) | ~US$ 20-22 | US$ 18-19 até 2030 |
Dividend Yield projetado | ~8–10% | — |
EV/EBITDA 2025 | 3,8x | Histórica: 5x |
A Vale segue com fundamentos consistentes, mesmo em um cenário desafiador. A estratégia de diversificação, redução de custos e recompra de ações reforça a confiança da gestão no potencial de longo prazo da empresa. Para investidores que buscam empresas sólidas e descontadas, a mineradora ainda pode ser uma oportunidade para acumular posição com paciência e disciplina.
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