Por décadas, a Serra da Rocinha, trecho crítico da BR-285 entre Timbé do Sul (SC) e São José dos Ausentes (RS), foi sinônimo de medo para motoristas e caminhoneiros. Conhecida como “Serra da Morte”, com curvas perigosas, pista de terra e deslizamentos constantes, ela isolava comunidades e comprometia a logística do Sul do país. Agora, um ambicioso projeto do DNIT avança para reescrever essa história.
Localizada em um dos corredores mais estratégicos para a agroindústria e o turismo, a Serra da Rocinha já tem mais de 85% das obras concluídas e deve ser entregue ainda em 2025. São 8,3 km de pavimentação em um terreno acidentado, instável e coberto por Mata Atlântica, num esforço técnico que desafia a engenharia nacional.
Obra histórica em números
O lote total de obras na BR-285 em Santa Catarina soma 22,5 km, dos quais a Serra da Rocinha concentra os maiores desafios. Só no trecho mais crítico foram investidos mais de R$ 100 milhões, resultando em um custo por quilômetro superior a R$ 12 milhões um dos maiores entre obras similares no país. Foram instalados:
- 23 mil m² de contenções em concreto,
- muros de gabião e cortinas atirantadas para estabilizar encostas,
- centenas de metros de drenagem profunda,
- 6 mil metros de barreiras New Jersey para garantir a segurança em curvas.
Além disso, camadas duplas de asfalto foram aplicadas para suportar a umidade e as variações climáticas da serra, enquanto geólogos monitoram a estabilidade do solo em tempo real.
Impacto econômico e social
A pavimentação da Serra da Rocinha não é apenas uma conquista para a engenharia, mas também para as comunidades locais e a economia regional. Com a nova estrada:
- O tempo de viagem entre SC e RS será significativamente reduzido.
- Custos logísticos para transporte de grãos, carne e madeira cairão.
- Novas oportunidades para o turismo ecológico nos Aparados da Serra se abrirão.
- A BR-101 será aliviada com a redistribuição do tráfego.
A integração entre pequenas cidades e portos do litoral com os polos industriais da Serra Gaúcha fortalece a competitividade do Sul no cenário nacional.
Comparação com outras grandes obras
Embora cara, a obra da Serra da Rocinha se destaca pelo equilíbrio entre custo e impacto. Seu custo por quilômetro, embora maior que o da Serra do Faxinal, é proporcional à complexidade geológica e extensão do projeto. Comparada à Serra do Rio do Rastro, a Rocinha mostra uma engenharia eficiente, com investimentos robustos e menor custo por quilômetro.
Símbolo de superação
Mais que uma rodovia, a Serra da Rocinha representa a superação de um passado de esquecimento e o início de um futuro mais seguro e conectado. Ao final das obras, milhares de motoristas poderão trafegar por um trecho moderno, com menos riscos, integrando economia, turismo e qualidade de vida para toda a região Sul.
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