
Médico investigado por matar esposa tem visitas barradas em penitenciária
Cerca de duas semanas após ser transferido para a Penitenciária de Serra Azul (SP), o médico Luiz Antonio Garnica, acusado de matar a esposa envenenada em Ribeirão Preto (SP), ainda não pode receber visitas. Segundo o Ministério Público, familiares precisam fazer um cadastro para obter a carteirinha que permite o acesso à unidade. A emissão do documento leva até 40 dias.
Ainda de acordo com a Promotoria, a amante de Garnica não deverá receber autorização para vê-lo. Isso porque apesar de ser a atual companheira dele, ela não possui vínculo legal com o médico.
“Pelas normas, ela não tem união estável com ele, não é esposa dele e também não é parente. Sob o aspecto legal, ela não tem direito. Nós tivemos notícias dessa insistência dela em visitá-lo. O que quer dizer isso? Que o relacionamento que eles tinham antes de a Larissa morrer era bastante intenso e, de fato, eles buscavam ficar juntos mesmo depois da morte da Larissa, o que se efetivou”, afirma o promotor Marcus Túlio Nicolino.
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Apesar de ser médico, Garnica cumpre a prisão preventiva em uma cela comum. Em 2023, o Supremo Tribunal Federal (STF) derrubou o benefício previsto no Código de Processo Penal que garantia cela especial a pessoas com curso superior.
“Está se adaptando à vida carcerária. Ele não tem direito a cela especial. Essa questão da cela especial foi derrubada pelo STF e ele está em um raio comum como os demais presos. Não tem nenhum tipo de regalia, nenhum tipo de tratamento especial”, diz Nicolino.
Luiz Garnica, acusado de matar esposa envenenada em Ribeirão Preto
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Acusada de executar o crime planejado pelo filho, Elizabete Arrabaça está presa preventivamente em Votorantim (SP). Ambos negam o assassinato da professora de pilates Larissa Rodrigues.
Segundo o promotor do caso, a audiência de instrução para que o juiz possa ouvir as testemunhas de defesa e acusação deve começar nos próximos dias. Só o Ministério Público arrolou 27 pessoas.
Após os depoimentos e os argumentos finais, o juiz decidirá se Garnica e a mãe irão ou não a júri popular.
Envenenamento planejado
Garnica e a mãe viraram réus no início de julho. O Ministério Público denunciou o marido e a sogra da vítima por feminicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da professora.
A professora de pilates Larissa Rodrigues morreu em Ribeirão Preto, SP, em março deste ano
Arquivo pessoal
Garnica ainda foi acusado por fraude processual, por ter alterado a cena do crime no dia em que Larissa foi encontrada morta no apartamento em que vivia com ele.
Segundo a acusação, em março, após descobrir a traição do marido, Larissa passou a receber doses diárias de chumbinho administradas principalmente pela sogra em alimentos. O objetivo de mãe e filho era debilitar a professora para dar a impressão de que ela havia sofrido uma complicação decorrente de intoxicação crônica.
Divórcio
O motivo do crime, de acordo com o MP, foi financeiro. Tanto Garnica como Elizabete estavam endividados e tinham interesse em manter o patrimônio nas mãos do médico em caso do divórcio dele.
O médico Luiz Antonio Garnica e a mãe, Elizabete Arrabaça ribeirão preto
Arquivo pessoal
Na véspera da morte, Garnica entrou em contato com a mãe, que esteve no apartamento da nora por cerca de quatro horas. Larissa foi achada morta na manhã de 22 de março.
Segundo a polícia, o marido tentou construir um álibi, passando a noite na casa da amante. Antes da chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao apartamento do casal pela manhã, quando ele retornou e encontrou a esposa caída no banheiro, Garnica enviou uma mensagem à amante dizendo que Larissa estava morta.
A Promotoria destaca que o crime foi praticado por motivo torpe, impulsionado pelo desejo de Garnica de evitar a partilha de bens e de viver seu relacionamento com a amante, com a colaboração de Elizabete, que também tinha interesse financeiro na não divisão dos bens, principalmente um apartamento financiado pelo casal.
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