Durante a InnoTrans 2024, uma das maiores feiras de transporte ferroviário do mundo, um dos destaques foi um trem que opera sem trilhos convencionais. Chamado de ART (Autonomous Rail Rapid Transit), o sistema utiliza trilhos virtuais pintados no solo e sensores avançados para guiar o veículo, que circula com pneus de borracha, como os de um ônibus. A tecnologia já circula em algumas cidades da China e levanta discussões sobre o futuro do transporte urbano em diversas partes do mundo.
Um “trem” que roda com pneus e segue linha virtual
Apesar da aparência de um VLT (Veículo Leve sobre Trilhos), o ART não depende de trilhos físicos metálicos. No lugar deles, utiliza rotas pré-mapeadas no chão, que são interpretadas por sensores ópticos posicionados na parte inferior do veículo. Essas linhas, pintadas no solo com precisão, funcionam como um “trilho virtual” que o trem segue automaticamente.
A tecnologia usa uma combinação de câmeras e sensores que leem as marcações no solo, possibilitando uma condução automatizada ou semiautônoma, com extrema precisão. Além disso, o sistema permite maior flexibilidade de rotas e menores custos de infraestrutura, tornando-se uma solução atrativa para cidades que enfrentam limitações para implantar sistemas ferroviários tradicionais.
Interior moderno e informativo
Durante a feira, visitantes puderam conhecer de perto o interior do veículo, que chama atenção pela modernidade. Um dos destaques é o painel digital com mapas dinâmicos, substituindo os tradicionais adesivos fixos com estações. Essa solução facilita atualizações e oferece melhor experiência ao passageiro.
A cabine do operador também foi exposta, revelando um espaço mais simples do que os trens convencionais, devido ao sistema de direção assistida por inteligência artificial e câmeras. O veículo pode operar de forma totalmente autônoma em determinadas rotas.
ART: solução híbrida entre ônibus e trem
O ART pode ser classificado como um meio-termo entre ônibus e trem. Tecnicamente, é considerado um VLP (Veículo Leve sobre Pneus), que traz o design de um bonde moderno, mas trafega com flexibilidade semelhante à de um BRT (Bus Rapid Transit).
Com capacidade para centenas de passageiros e emissão reduzida de poluentes (em versões elétricas), o ART se apresenta como uma solução eficaz e sustentável para o transporte urbano em cidades médias e grandes. Ele já é utilizado em cidades como Zhuzhou, na China, e desperta o interesse de gestores públicos e operadores de transporte na Europa e América Latina.
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