Jerônimo detalha plano para blindar Bahia de tarifaço de Trump

Às vésperas da nova taxação imposta pelos Estados Unidos (EUA) ao Brasil, o governo da Bahia vem se movimentando para reduzir os efeitos das sanções americanas no estado, caso a medida entre em vigor no dia 1º de agosto, como anunciado pelo presidente Donald Trump.Deste modo, o governador Jerônimo Rodrigues (PT) afirmou nesta terça-feira, 29, que o estado deve alcançar novos mercados, em breve, como forma de mitigar uma possível crise econômica.“Estamos trazendo para a Bahia, a agência APEX (Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos) para nos ajudar a criar outros mercados para a exportação, para não ficarmos limitados”, disse aos jornalistas.

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Presente nas comemorações dos 100 anos da Secretaria da Saúde (Sesab), em Salvador, o chefe do Executivo estadual também revelou que há um grupo de trabalho para discutir a temática e propor novas soluções.“Eu me reuni com o setor produtivo há duas semanas. Tem um grupo de trabalho estudando isso: a FIEB, a FAEB, a Fecomércio, os que compõem o setor produtivo”, contou o governador, que completou falando sobre as cidades que visitou nas últimas semanas.“Eu estive em Juazeiro e me senti com o setor produtivo, com exportadores de frutas, estive no oeste e conversei com os exportadores de grãos”.Jerônimo diz ainda que segue aguardando as movimentações do Planalto, mas reafirma que cumprirá a sua função como estadista.“Estamos aguardando essas decisões nacionais. É uma relação, primeiro, federativa e diplomática, e o Lula tem tratado disso. Eu não abrirei mão do meu lugar de governador para poder pegar na mão dos empresários”, pontuou o gestor estadual.Tarifas dos EUA ameaçam R$ 19 bilhões em exportaçõesO aumento das tarifas de importação pelos Estados Unidos, pode causar um prejuízo superior a R$ 19 bilhões ao Brasil e impactar diretamente a economia de diversos estados.O alerta foi feito pela Confederação Nacional da Indústria (CNI), com base em dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).A medida afeta principalmente as unidades federativas com maior dependência do mercado americano, como Ceará, Espírito Santo, Paraíba e São Paulo.Segundo a CNI, os Estados Unidos representaram em 2024 cerca de 44,9% das exportações do Ceará e 28,6% das do Espírito Santo.Em estados como Paraíba, São Paulo e Sergipe, a participação americana varia entre 17% e 22%. A indústria de transformação concentra a maior parte dessas vendas, com destaque para os setores de metalurgia, alimentos, celulose e couro.Senadores nos EUAUma comitiva de senadores brasileiros está nos EUA para tentar negociar as tarifas impostas ao Brasil. Começou na segunda, 28, uma série de reuniões com congressistas norte-americanos e representantes do setor produtivo do país foram realizadas.Quando começa o tarifaço?O governo Lula tem buscado, por meio do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), alternativas para que, caso saia do papel, a tarifa não cause grandes impactos ao comércio do Brasil.Uma das medidas estudadas é a aplicação da Lei da Reciprocidade Comercial, aprovada recentemente pelo Congresso Nacional. O texto permite que o Brasil adote as seguintes ações:Restrição às importações de bens e serviços: O Brasil poderia, por exemplo, impor tarifas ou cotas sobre produtos provenientes do país que aplicou a medida prejudicial.Suspensão de concessões comerciais, de investimento e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual: Isso significa que acordos anteriores ou proteções a patentes e marcas do país em questão poderiam ser suspensos no Brasil.Suspensão de outras obrigações previstas em acordos comerciais: Qualquer outra cláusula de acordos comerciais existentes que o Brasil tenha com o país em questão poderia ser revista ou suspensa.

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