Você pode até não perceber, mas o cooperativismo está mais perto do que imagina. No leite que chega à sua mesa, no posto de atendimento financeiro do seu bairro, no transporte do dia a dia, na energia limpa da escola da sua cidade ou no hospital em que você confia. Em Minas Gerais, ele está praticamente em todos os lugares. Aqui, cooperar é mais do que uma filosofia: é um jeito diferente de empreender, com impacto social, e que está enraizado na nossa cultura, história e forma de ver o mundo.
Hoje, mais da metade da população mineira (52,7%) está direta ou indiretamente envolvida com alguma cooperativa. São 3,7 milhões de pessoas conectadas por um modelo de negócios que se diferencia por sua enorme capacidade de promover desenvolvimento econômico e social de maneira justa, ética e sustentável. Costumo dizer que fazemos negócios com propósito, inovação e consciência — valores que dialogam com as novas gerações.
O cooperativismo representa uma alternativa concreta e promissora para jovens que sonham com um futuro melhor. Ele oferece o que as novas gerações buscam: trabalho com propósito, colaboração, oportunidades reais de crescimento e impacto positivo na comunidade. Enquanto muitas empresas comerciais priorizam o lucro, as cooperativas colocam as pessoas sempre em primeiro lugar. Aqui, o sucesso de um não vem à custa do outro — ele é construído em conjunto, de forma justa, sustentável e solidária. Mais que isso: no coop, o crescimento econômico só faz sentido se for coletivo. Os resultados são importantes, sim, mas não são tudo. E o nosso setor confirma, todos os dias, que é possível competir sem excluir; produzir sem explorar; crescer sem deixar ninguém para trás.
O coop oferece aos jovens um ambiente profissional que valoriza a escuta, incentiva a experimentação e promove a convivência de talentos de diferentes gerações. No Sistema Ocemg, por exemplo, cinco gerações atuam juntas, somando experiências, vivências e perspectivas: dos tradicionais (nascidos antes de 1945) até a geração Z.
Essa troca fortalece a cultura cooperativista e estimula a criatividade e o pensamento crítico. O jovem que entra para uma cooperativa tem acesso a formação contínua, cresce profissionalmente e como cidadão — porque aqui o desenvolvimento individual anda lado a lado com o coletivo.
Além dos aspectos profissionais, o cooperativismo fomenta algo ainda mais valioso: o pertencimento. Em um mundo fragmentado e marcado por incertezas, fazer parte de um projeto coletivo é fonte de motivação. O jovem quer ser ouvido, quer contribuir, quer fazer parte de algo maior — e as cooperativas estão no mercado com essa proposta.
No setor, as oportunidades são reais para quem sonha empreender, mas não quer fazer isso sozinho. O modelo cooperativista permite que jovens com uma ideia ou vocação possam se unir a outras pessoas com objetivos semelhantes para criar um negócio coletivo, compartilhando responsabilidades, decisões e resultados. Uma alternativa sólida à informalidade e à precarização que ainda marcam o início da carreira de muitos brasileiros.
É por isso que cada vez mais jovens escolhem o coop. O cooperativismo entrega o que as novas gerações procuram: coerência entre discurso e prática, impacto local, trabalho colaborativo, aprendizado contínuo e respeito à diversidade.
Falo com a experiência de quem começou em uma cooperativa aos 15 anos e, sete décadas depois, continua apaixonado por esse movimento. O cooperativismo me ensinou a ouvir, compartilhar e valorizar pessoas. Me ensinou que sucesso só tem sentido quando é coletivo.
É por isso que o cooperativismo é uma força econômica e, acima de tudo, uma ferramenta de transformação social. É inclusão, pertencimento e oportunidade. É esperança organizada. E é exatamente disso que precisamos: mais gente acreditando no poder transformador da cooperação. Bora cooperar!
*Entidade representativa das cooperativas em Minas Gerais.
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