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Por que o Brasil não tem terremotos frequentes?A explicação está na localização geológica do país. O Brasil está situado no centro da Placa Sul-Americana, uma área chamada de intraplaca — ou seja, longe dos limites entre placas tectônicas, onde ocorrem os terremotos mais intensos do planeta, como no Japão, Chile ou Indonésia.Por isso, os abalos sísmicos em território brasileiro costumam ser leves ou moderados. No entanto, segundo pesquisadores do Instituto de Geociências da USP, o país possui cerca de 48 falhas geológicas mapeadas que podem gerar atividade sísmica esporádica.“É menos provável que o Brasil experimente terremotos de magnitude elevada… mas tal hipótese não pode ser descartada”, alerta o geofísico Marcos Ferreira, do Serviço Geológico do Brasil (SGB).
Monitoramento de abalos sísmicos
| Foto: Divulgação | iStock
Atividade humana também pode causar tremoresAlém das falhas naturais, há também os chamados terremotos induzidos (causados por ações humanas). Um exemplo ocorreu entre 1971 e 1972, na construção da hidrelétrica Capivari-Cachoeira, no Paraná. O enchimento da represa gerou sismos locais provocados pelo peso da água represada.Esse tipo de tremor pode ocorrer em regiões onde grandes barragens, escavações profundas ou atividades de mineração alteram significativamente o equilíbrio geológico local.As regiões mais vulneráveis no BrasilEmbora o país esteja, em geral, em uma posição confortável no mapa da sismicidade mundial, algumas regiões apresentam mais registros de tremores do que outras. Minas Gerais, Rio Grande do Norte e partes da Região Norte já foram cenários de sismos relevantes. Nessas áreas, especialistas recomendam atenção redobrada e o fortalecimento da infraestrutura local.Com o avanço da tecnologia, o Brasil conta hoje com sistemas de monitoramento sísmico mais robustos, que permitem detectar com precisão a origem e a intensidade de tremores, mesmo os que não são sentidos pela população. Além disso, o investimento em engenharia sismorresistente, principalmente em obras de grande porte, se mostra cada vez mais necessário, ainda que o país não esteja em uma zona de risco extremo.E então, o Brasil pode ter terremoto?A resposta é: sim, mas com baixíssima probabilidade de eventos catastróficos como os que ocorrem em regiões de borda tectônica. Os registros históricos comprovam que o solo brasileiro pode, sim, tremer, ainda que de forma isolada, com baixa frequência e, na maioria das vezes, sem grandes consequências.A melhor estratégia, segundo os especialistas, é manter a vigilância científica, respeitar os dados geológicos e investir em prevenção. Afinal, mesmo que a rotina do brasileiro não envolva tremores, é sempre bom estar preparado para o inesperado.