Em participação no podcast A Gente POD, apresentado por Daia de Paula, a modelo e cantora Bárbara Fialho compartilhou reflexões sobre sua trajetória na moda, os desafios na música e a vivência da maternidade. Ao longo da conversa, ela abordou temas delicados como preconceito, identidade artística e sua vida pessoal após a separação.
“O meio artístico não vai te dar autoestima”
Logo no início da entrevista, Bárbara relembrou os obstáculos de construir uma carreira musical sendo reconhecida, antes de tudo, como modelo.
“Ali era a minha oportunidade, eu tinha que fazer dar certo. O meio artístico não vai te dar autoestima”, afirmou. Em seguida, destacou o julgamento que enfrentou ao tentar consolidar sua identidade como artista. “As pessoas acham que você é uma modelo que quer cantar. Mas eu tenho tanto orgulho de ser modelo que digo com convicção: eu sou uma modelo que canta.”
Estigmas e falta de credibilidade
Ao longo do episódio, Bárbara falou sobre os estigmas que muitas mulheres enfrentam ao buscar novos caminhos artísticos.
“Tem gente que acha que modelo não tem credibilidade intelectual. Que não pode escrever, compor, pensar. Isso machuca.”
Essa reflexão apontou a resistência que ainda existe contra profissionais que transitam por mais de uma área criativa, especialmente no caso de mulheres com carreiras já estabelecidas na moda.
Separação, julgamentos e maternidade
Outro momento marcante da entrevista foi quando Bárbara falou sobre o fim do relacionamento com Rohan Marley, filho do ícone Bob Marley. Ela rebateu de forma direta os julgamentos e insinuações que surgiram na época.
“Eu não pedi um dólar na separação. Saí com minhas dores e com a Maria, minha filha. Tô tentando ser a melhor mãe que posso ser. Aprendendo, porque eu nunca fui mãe antes. Como que ainda me chamam de interesseira?”
Relação com Rohan Marley e preconceito racial
Além dos ataques pessoais, Bárbara também relatou que o relacionamento foi alvo de interpretações baseadas em estereótipos e preconceitos raciais.
“O Rohan já tinha sete filhos. Era um homem vivido. E eu ali, modelo, jovem. A pessoa olha pra mim, depois olha pra ele, e projeta: ‘ela quer alguma coisa’. Tem uma questão racial aí também. E eu respeito isso profundamente. Tenho minha mãe, minhas origens. Entendi que, às vezes, a gente tem que silenciar diante da dor. E eu silenciei.”
Nova fase pessoal e força na arte
Depois de dois anos solteira, Bárbara contou que está vivendo um novo relacionamento.
“Ele é uma pessoa do meu passado, a gente nunca tinha ficado. Desde então, tem sido perfeito”, revelou.
Por fim, a artista também falou sobre seu envolvimento com a música e as colaborações que já realizou com nomes como Seu Jorge e DJ Cia. Segundo ela, a arte tem sido essencial em sua jornada.
“A música é meu remédio. Nunca coloquei tanto amor em algo. E mesmo quando não dá certo, eu sigo.”
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