
A psicóloga norte-americana Emily Anhalt acredita que podemos – e devemos – treinar nossa mente como fazemos com o corpo. Tanto que é cofundadora da Coa, uma “academia” dedicada a desenvolver a aptidão emocional. “Hoje há menos estigma, as pessoas falam abertamente que estão enfrentando transtornos mentais, e os mais jovens não se envergonham”, afirmou em entrevista on-line. Também acaba de lançar “Flex your feelings: train your brain to develop the 7 traits of emotional fitness”, o equivalente a “Flexione os sentimentos: treine seu cérebro para desenvolver os 7 atributos da aptidão emocional”. Nesse caso, o verbo flexionar é usado como uma metáfora para “malhar os músculos” da mente.
A psicóloga norte-americana Emily Anhalt: treinamento da mente da mesma forma como fazemos com o corpo numa academia
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Aqui estão os sete atributos:
Atenção plena (mindfulness): não se dispersar e saber avaliar seus sentimentos. Segundo ela, é “sentir-se confortável com o desconforto interno”.
Curiosidade: trocar a postura defensiva pela abertura para o novo e para o crescimento. “Peça feedback às pessoas, pergunte no que pode melhorar”, recomenda.
Autoconsciência: reconhecer suas forças e fraquezas emocionais, os gatilhos que o/a desestabilizam, as ideias preconcebidas (que todos temos).
Resiliência: recuperar-se diante dos fracassos e dificuldades. “Ninguém volta a ser quem era antes, mas o objetivo é trabalhar para que sejamos mais fortes dali para a frente”, explica.
Empatia: entender as emoções dos outros, colocando-se em seu lugar.
Comunicação: expressar necessidades, expectativas e limites. Anhalt destaca a importância de também ser um bom ouvinte: “as pessoas querem a presença e a empatia dos outros, e não conselhos”.
Espírito lúdico: sua definição para essa característica é “ser alguém que abraça o ‘sim’ e o ‘com’, alimentando as possibilidades e aprofundando conexões. Aproxime-se, faça perguntas para quebrar o gelo”. Para facilitar, criou uma lista com coisas como: “o que foi mais importante para você no Ensino Médio?”; “qual seria o título da sua autobiografia?”; “preferiria passar um dia com seu eu mais jovem ou mais velho?”.
Gostei especialmente dos conselhos que deu para todos os ansiosos e ansiosas, que costumam ruminar os problemas sem parar. Ela garante que sempre se vale dessas duas estratégias:
A lista de controle: monte uma lista com todos os fatores envolvidos na questão que o/a aflige. Em seguida, vá riscando aqueles sobre os quais não tem controle, para diminuir o peso sobre você.
A hora da preocupação: reserve uma hora para ruminar o problema e explorar todas as suas possibilidades negativas. Fora desse horário, contenha o processo de ruminação, como se fosse uma sessão de terapia.
Por fim, reconhece que nada nos prepara para um “tsunami emocional”, mas pondera que estar apto mentalmente equivale a enfrentar uma doença tendo um bom condicionamento físico: “se a cabeça está bem, aguentamos melhor. Numa situação dessas, procure apoio, não tente resolver tudo sozinho”.
Treinar o cérebro ajuda a melhorar a memória
A colunista entra num breve recesso, entre 4 e 17 de agosto. O blog estará de volta no dia 19.