As tarifas anunciadas pelo ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, entraram em vigor nesta quinta-feira (7), atingindo diretamente dezenas de países exportadores para os EUA — incluindo parceiros estratégicos como União Europeia, Japão, Coreia do Sul, Índia e Brasil.
A nova medida faz parte da estratégia de Trump para remodelar a ordem comercial global com base em seu lema de campanha: “América em primeiro lugar”. Segundo ele, as sobretaxas alfandegárias funcionam como uma ferramenta de política econômica para reduzir déficits comerciais e proteger a indústria americana.
Tarifas variam conforme o saldo comercial
As novas alíquotas seguem um critério baseado na balança comercial entre os EUA e seus parceiros. Países com os quais os Estados Unidos mantêm superávit enfrentam uma tarifa mínima de 10%, mantida desde abril. Já as nações com quem Washington possui déficit comercial passaram a sofrer com taxas mais agressivas, variando entre 15% e 41%.
Alíquotas por país:
País/Região | Nova Tarifa em vigor | Observações |
---|---|---|
União Europeia | 15% | Mesmo patamar de Japão e Coreia do Sul |
Japão | 15% | |
Coreia do Sul | 15% | |
Suíça | 39% | Um dos maiores aumentos entre parceiros comerciais |
Síria | 41% | Tarifa máxima imposta nesta rodada |
Índia | 25% (agora) + 25% | Total de 50% devido à importação de petróleo russo |
Brasil | 50% | Mesmo com superávit americano, café e carne foram alvo |
Apesar de os EUA manterem superávit na balança comercial com o Brasil, produtos como carne bovina, café e aço passaram a ser sobretaxados em 50% desde a quarta-feira (6). A medida surpreendeu autoridades e empresários brasileiros, que agora se preocupam com a perda de competitividade no principal mercado de exportação do agronegócio nacional.
Trump celebra nas redes, mas alerta sobre inflação
Em sua plataforma Troop Social, Trump celebrou a entrada em vigor das novas tarifas:
“É meia-noite, bilhões de dólares em tarifas estão fluindo agora para os Estados Unidos da América”, publicou o magnata.
Por outro lado, uma pesquisa da Morning Consultury Foundation de 31 de julho revelou que 83% dos americanos estão preocupados com o aumento no preço dos alimentos, justamente um dos efeitos colaterais mais temidos por economistas.
Analistas alertam que o impacto das tarifas costuma ser repassado ao consumidor final, já que empresas afetadas pelo custo das importações reajustam seus preços no varejo. Com isso, o cenário inflacionário pode se agravar nos próximos meses, alimentando o risco de estagflação — estagnação econômica combinada com alta de preços.
Escalada global e riscos geopolíticos
A decisão dos EUA deve gerar retaliações comerciais por parte de países afetados, intensificando a guerra comercial global. A Índia já sinalizou que poderá recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC). A União Europeia também avalia medidas de resposta em setores estratégicos, como tecnologia e energia.
Enquanto isso, o mercado financeiro reage com cautela: ações de empresas exportadoras recuaram, e a cotação de commodities agrícolas apresenta forte volatilidade.
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