O tarifaço global de Donald Trump, que entrou oficialmente em vigor, está redesenhando o cenário do comércio internacional. Com uma tarifa média de 15% — a mais alta desde a Segunda Guerra Mundial — e casos que chegam a 50%, o impacto se espalha por praticamente todos os parceiros comerciais dos Estados Unidos. O Brasil figura entre os países mais prejudicados, já sujeito à alíquota máxima, e ainda corre o risco de novas sanções nas próximas semanas.
Brasil sob pressão
Atualmente, as exportações brasileiras para os EUA enfrentam uma tarifa de 50%, com isenções limitadas a alguns produtos, como aviões e suco de laranja. Setores como carne, pescados e têxteis estão entre os mais afetados. Estados como o Ceará, onde apenas 1% da pauta exportadora para os EUA foi isenta, sofrem impacto desproporcional, já que o mercado americano representa quase metade de suas exportações.
O governo Trump justifica o aumento por questões políticas e geopolíticas, incluindo críticas à postura do Brasil em relação à Rússia e ao alinhamento com o grupo dos BRICS.
Possível agravamento das sanções
A situação pode piorar. Assim como a Índia, que recebeu um acréscimo de 25% nas tarifas por continuar comprando petróleo russo, o Brasil também importa grandes volumes de óleo diesel da Rússia. Caso os EUA considerem que essas compras financiam a guerra na Ucrânia, novas tarifas podem ser impostas.
Principais tarifas vigentes por país
País | Tarifa Atual | Possível Aumento |
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Brasil | 50% | +25% |
Índia | 25% | 50% |
China | 30% | 54% |
Canadá | 35% | — |
Japão | 15% | — |
Entre os produtos mais atingidos pelo tarifaço estão aço, alumínio, automóveis e peças, todos com alíquotas entre 25% e 50%. Itens como semicondutores e produtos farmacêuticos ainda podem sofrer elevação para até 100%.
Impactos econômicos
Segundo dados de 2025, a arrecadação dos EUA com tarifas de importação já ultrapassa US$ 130 bilhões, recorde histórico. Apesar de reduzir o déficit comercial com países como a China, o aumento das tarifas pressiona empresas e consumidores americanos. A indústria automotiva, por exemplo, acumula prejuízos de cerca de US$ 12 bilhões, com montadoras como Toyota, Volkswagen, GM e Ford absorvendo parte dos custos para evitar repasses diretos ao consumidor.
Contexto político e objetivos de Trump
As medidas têm três objetivos principais:
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Reduzir o déficit comercial dos EUA.
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Proteger a segurança nacional e garantir cadeias de suprimento estratégicas.
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Atuar geopolíticamente, impondo sanções a países com políticas consideradas contrárias aos interesses americanos.
Com o tarifaço em vigor e um cenário diplomático tenso, o Brasil está no radar de possíveis novas medidas restritivas, o que pode afetar ainda mais suas exportações e relações comerciais com o maior importador do mundo.
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