Dia de Combate à Poluição: estudo aponta ligação entre ar poluído e risco maior de trombose

Dia do combate à poluição

No Dia de Combate à Poluição, novas evidências científicas reforçam o alerta sobre os impactos do ar poluído na saúde. Um estudo publicado em março no periódico Blood identificou que a exposição prolongada a determinados poluentes atmosféricos pode aumentar o risco de tromboembolia venosa — condição que inclui a trombose venosa profunda e a embolia pulmonar.

O que diz a pesquisa

O estudo acompanhou mais de 6.600 participantes de seis comunidades nos Estados Unidos por um período médio de 16,7 anos. Durante esse tempo, os pesquisadores observaram que concentrações mais altas de partículas finas (PM2.5), dióxido de nitrogênio (NO₂) e óxidos de nitrogênio (NOx) estavam associadas a um risco significativamente maior de trombose.

De acordo com a cirurgiã vascular Dra. Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular (SBACV), este é o segundo trabalho de grande relevância publicado este ano que confirma a correlação entre poluição e trombose.

Como a trombose afeta o corpo

“A trombose ocorre quando o sangue, que deveria permanecer líquido, coagula e forma um bloqueio, interrompendo a circulação”, explica a médica.

Cerca de 90% dos casos acontecem nas pernas. Entre os sintomas, destacam-se dor, inchaço e alterações na coloração da pele. Entretanto, existe ainda o risco de complicações graves, como a embolia pulmonar — quando parte do coágulo se desprende e atinge o pulmão, podendo levar à morte súbita.

Quem está mais vulnerável

O levantamento mostra que pessoas que vivem em regiões mais poluídas, como grandes centros urbanos, devem redobrar os cuidados. Além disso, pacientes com fatores de risco — como idade avançada, sedentarismo, tabagismo, gestação, uso de anticoncepcionais ou terapia hormonal, histórico de trombofilia ou longos períodos de imobilidade — precisam realizar check-ups vasculares periódicos.

Segundo a Dra. Lamaita, o sedentarismo é um dos grandes vilões modernos. “Hoje, o ficar sentado é o nosso novo cigarro. O corpo humano foi feito para se mover, e a imobilidade está ligada não apenas a doenças circulatórias, mas também a problemas cardíacos, neurológicos, ortopédicos e até psiquiátricos”, reforça.

Prevenção e tratamento

O tratamento da trombose costuma envolver anticoagulantes, administrados por um período que varia de três meses a um ano e meio, dependendo do caso. Em situações raras e mais graves, pode ser necessária a extração do coágulo.

Por fim, a médica lembra que prevenir é sempre o caminho mais seguro. “A prevenção e o acompanhamento médico são essenciais, principalmente para quem apresenta fatores de risco. Somente o cirurgião vascular poderá avaliar o quadro e indicar a conduta mais adequada”, conclui.

Fonte: Dra. Aline Lamaita — Cirurgiã vascular, membro da SBACV e de sociedades médicas nacionais e internacionais. Formada pela Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, com especialização em Cirurgia Vascular e pós-graduação em Medicina Integrativa e Longevidade Saudável. Instagram: @alinelamaita.vascular

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