O governo dos Estados Unidos e a empresa de tecnologia Intel confirmaram, na última sexta-feira, 22, um acordo de compra de ações. A partir de então, a administração de Donald Trump agora é dona de 9,9% da fabricante de semicondutores. Essa porcentagem custou US$ 8,9 bilhões, ou quase R$ 49 bilhões na conversão atual.A negociação escalou rapidamente logo após a Casa Branca divulgar o interesse na empresa de tecnologia. De acordo com um comunicado oficial, o investimento busca “apoiar a expansão contínua de tecnologia norte-americana e liderança em fabricação”.Como funciona o acordo entre Trump e a IntelO dinheiro será viabilizado por meio de acordos diferentes: US$ 5,7 bilhões em pagamento ainda não realizado via subsídios do U.S. CHIPS and Science Act, enquanto os US$ 3,2 bilhões restantes são do programa Secure Enclave de contratos para o setor de defesa do país;Anteriormente, a Intel também já havia recebido US$ 2,2 bilhões do governo como parte dos apoios iniciados na administração de Joe Biden;Segundo o acordo, o governo Trump tem uma garantia de poder comprar mais 5% das ações a um valor mais baixo, caso a Intel decida não ter mais controle majoritário da divisão de fundição da empresa, responsável por fabricar chips e outros módulos;O governo dos EUA não terá direito a uma cadeira no conselho e nem direitos de informação e governança sobre a Intel, mas poderá votar em decisões que envolvam a participação de acionistas.Situação atual da IntelO CEO da Intel, Lip Bu Tan, agradeceu o interesse de Donald Trump em nota, dizendo estar ansioso pelo trabalho em direção a um avanço no setor.Porém, semanas atrás o clima era bem diferente, o presidente dos EUA chegou a pedir a renúncia do executivo sob acusações pouco detalhadas de ligação com a China.
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Dois dias depois, os dois se reuniram, fizeram as pazes, e provavelmente já iniciaram as negociações. Por mais que um valor já estivesse previsto em contrato, o investimento acelerado deve impulsionar o plano de recuperação da Intel e a expansão de negócios nos próprios EUA.Em 2024, a Intel trocou de CEO, anunciou diversas demissões e iniciou um plano de emergência de reestruturação depois de alguns trimestre de resultados fiscais abaixo do esperado.Os motivos por trás disso incluem atrasos em setores em evidência na indústria, como inteligência artificial, IA, a recepção longe do esperado de processadores recentes e a expansão de rivais em fabricação.O envolvimento político na companhia pode preocupar o mercado e outros acionistas, em especial por alguns conflitos de interesse.