Terminou nesta terça-feira (26), em Bogotá, o encontro da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), que reuniu representantes de oito países que compartilham a floresta. Ao final da semana de diálogos, cientistas, lideranças indígenas e organizações civis apresentaram uma carta pedindo que a Amazônia seja declarada a primeira zona de exclusão mundial para combustíveis fósseis.
A proposta busca garantir que a região fique livre para sempre da exploração de petróleo e gás, reforçando compromissos de justiça climática, descarbonização da economia e criação de novos modelos de desenvolvimento sustentável.
Contradições no Brasil: simulado da Petrobras na margem equatorial
Enquanto cresce a pressão internacional por uma Amazônia intocável, o Brasil mantém sua agenda de exploração. Para o próximo domingo (31), a Petrobras programou um simulado de emergência na margem equatorial, considerada a nova fronteira do petróleo no país.
O exercício vai testar a capacidade de resposta da estatal a um eventual derramamento de óleo em uma das áreas mais sensíveis do ecossistema amazônico. Especialistas alertam que esse movimento contrasta com a agenda global de transição energética e pode trazer riscos irreversíveis à biodiversidade da região.
Peso político e ambiental do encontro em Bogotá
A reunião em Bogotá também reforçou o protagonismo dos países amazônicos no debate climático mundial. Além de discutir proteção ambiental, os participantes destacaram a importância de garantir os direitos das comunidades tradicionais e a participação dos povos indígenas nas decisões sobre o futuro da floresta.
Já no Brasil, a Petrobras segue com projetos estratégicos de exploração na margem equatorial, mesmo diante de críticas. O impasse revela como a Amazônia está no centro das contradições do século XXI: preservar a floresta como ativo ambiental global ou explorar seus recursos fósseis como aposta econômica.
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