Cirurgia no joelho que realinha a tíbia pode retardar a artrose, apontam pesquisadores

joelho

A osteoartrite, ou artrose, é uma das doenças articulares mais comuns no mundo, afetando mais de 500 milhões de pessoas. O joelho é a articulação mais atingida, causando dor e limitação de movimentos. Até hoje, tratamentos como exercícios, controle de peso e analgésicos ajudam nos sintomas, mas não alteram a progressão da doença.

Um ensaio clínico liderado pelo Instituto de Pesquisa do Centro de Ciências da Saúde de Londres (LHSCRI) e pela Western trouxe uma novidade promissora: a osteotomia tibial alta (HTO) pode retardar a evolução da artrose do joelho. O estudo, publicado no Annals of Internal Medicine, mostrou que a cirurgia reduziu os danos articulares e melhorou a dor e a função em pacientes com osteoartrite e pernas arqueadas.

Segundo o ortopedista Dr. Fernando Jorge, especialista em cirurgias do Joelho e do Quadril, a HTO é um procedimento que realinha a tíbia para aliviar a pressão sobre a área mais danificada da articulação. “Sabemos que ter pernas arqueadas é um forte fator de risco para a progressão da artrose do joelho. Ao corrigir o alinhamento e abrir o espaço articular, a cirurgia pode limitar essa progressão”, explica.

Como funciona a HTO?

A osteotomia tibial alta não é nova: existe há mais de 50 anos. Seu objetivo é preservar a articulação e melhorar os resultados clínicos. Para isso, os cirurgiões realizam um realinhamento ósseo, redistribuindo as cargas durante a caminhada.

O estudo comparou pacientes que receberam o tratamento cirúrgico aliado a cuidados convencionais com aqueles que seguiram apenas tratamento clínico. Foram usadas análises avançadas, como:

  • Avaliação da marcha, que mede a carga sobre os joelhos ao caminhar;
  • Ressonância magnética, para observar danos internos;
  • Relatos dos pacientes sobre dor e qualidade de vida.

O resultado foi claro: a cirurgia mudou a forma de andar, reduziu danos adicionais na articulação e proporcionou melhor qualidade de vida.

Resultados impressionantes

Entre os pacientes operados, a perda média de cartilagem foi de apenas 2%, contra 9% no grupo não operado. A cartilagem é essencial para proteger os ossos e permitir movimentos suaves.

“Em casos avançados, pode ser necessária a colocação de prótese de joelho. Essa substituição pode ser parcial ou total, dependendo da extensão do dano. Em média, as próteses duram de 15 a 20 anos”, explica o Dr. Fernando Jorge.

O papel dos hábitos de vida

Além da cirurgia, a mudança de hábitos é fundamental. Fisioterapia e treino de força ajudam a proteger os joelhos, melhorar a mobilidade e reduzir a dor. “O ganho de massa muscular ao redor da articulação é essencial para retardar a artrose”, afirma o especialista.

Para quem sente dor, inchaço ou limitação nos movimentos, o médico reforça: procure um ortopedista. Somente uma avaliação completa permite definir o melhor tratamento.

Fonte: Dr. Fernando Jorge – Ortopedista especialista em Cirurgias do Joelho e Quadril (HSL-RP).
Membro da SBOT, SOBRAMID, ABRM, ASRM, SBED e SMBTOC. Mestre em Biomecânica (USP).
Instagram: @dr.fernandojorge

 

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