O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) elevou o tom contra os Estados Unidos nesta sexta-feira (29), acusando o governo americano de dificultar as negociações sobre as sobretaxas impostas a produtos brasileiros, o chamado “tarifaço”.
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Durante um evento em Contagem, na Grande BH, Lula sugeriu que o Brasil pode reagir impondo impostos a produtos americanos e criticou duramente o que considera uma interferência na soberania nacional.
O ponto mais duro do discurso de Lula foi a acusação de que os Estados Unidos não estão dispostos a negociar. “Colocamos ministros para negociar. Não tem ninguém querendo negociar no lado norte-americano”, afirmou o presidente.
Ele citou um episódio específico para ilustrar o que considera um desrespeito diplomático. “Semana passada, o secretário de Tesouro americano tinha uma reunião com o ministro Fernando Haddad, mas ele suspendeu e foi se encontrar com Eduardo Bolsonaro”, relatou Lula.
O deputado federal está em uma temporada nos Estados Unidos e tem feito reuniões com o governo norte-americano.
A atitude foi classificada pelo presidente como uma afronta. “O Brasil não pode ser tratado como moleque. Eles estão querendo interferir na soberania nacional”, declarou.
Retaliação e medidas de proteção
Lula afirmou que o governo já está agindo para proteger a indústria nacional e detalhou as próximas possíveis ações. Ele mencionou a liberação de R$ 30 bilhões em crédito para prevenir prejuízos às empresas.
“O que tenho dito é que, se alguém não quer comprar nosso produto, temos que procurar outros compradores. E também podemos taxar os produtos norte-americanos”, ameaçou o presidente.
Apesar do tom duro, Lula sinalizou que a porta para o diálogo não está fechada, mas condicionou a retomada das conversas a uma mudança de postura do governo americano.
“Eu disse que quando quiserem negociar, o Lulinha ‘Paz e Amor’ vai estar de volta”, finalizou.
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