Ouro dispara 32% em um ano e vira refúgio de investidores em meio à tensão global

O ouro voltou ao centro das atenções no mercado financeiro internacional. Com uma valorização expressiva de 32% em apenas 12 meses, o metal precioso vem se consolidando como refúgio seguro diante das crescentes tensões geopolíticas, temor de recessão global e derretimento de outras commodities.

Entre os fatores que mais influenciaram essa escalada estão o tarifácio promovido por Donald Trump, a guerra entre Rússia e Ucrânia, e a percepção dos bancos centrais globais de que é arriscado manter reservas em ativos denominados em moedas estrangeiras, como os títulos do Tesouro americano.

“O ouro voltou a ser visto como uma reserva de valor tangível, que ninguém pode confiscar ou congelar, diferente de ativos financeiros custodiados por governos estrangeiros”, afirmou o analista Gabriel Monteiro, durante participação em um programa sobre economia.

Investidores fogem do risco: dólar, ouro e defesa

Nos primeiros dias de abril, a cotação do dólar chegou a superar os R$ 6, refletindo o pânico momentâneo de investidores diante do agravamento da guerra comercial. No entanto, mesmo com a leve acomodação da moeda americana, foi o ouro que demonstrou maior resiliência. Apenas no período após o anúncio das tarifas comerciais por Trump, o metal subiu 3,29%.

Comportamento oposto tiveram commodities ligadas à indústria e ao consumo, como:

  • Alumínio: -13%
  • Café: -11,5%
  • Cobre: -11%
  • Petróleo: -9
  • Aço: -5%
  • Cacau: -4,5%
  • Açúcar: -3%

Esse movimento reforça o papel do ouro como “porto seguro”, já que, diferente das demais matérias-primas, ele não depende do aquecimento da economia, mas sim da percepção de risco e da busca por proteção patrimonial.

Bancos centrais estão estocando ouro

Além dos investidores individuais, bancos centrais de países como China, Rússia e Alemanha também estão ampliando suas reservas de ouro físico. O receio de que reservas externas possam ser bloqueadas como ocorreu com a Rússia impulsionou uma corrida por ativos tangíveis, sob controle nacional. A Alemanha, por exemplo, cogita repatriar grandes quantidades de ouro armazenadas nos EUA.

Essa tendência fez o preço da onça troy a unidade de medida do ouro saltar de US$ 1.700 para mais de US$ 3.100 desde o início da guerra na Ucrânia. Relatórios de bancos como o UBS já revisaram suas projeções para o preço do ouro três vezes desde setembro, sempre recomendando manter o ativo na carteira, com expectativas de novos picos.

Ouro na bolsa vale a pena?

Apesar de não pagar juros como os títulos públicos, o ouro pode se tornar rentável pela valorização contínua. No Brasil, investidores têm acesso ao metal por meio de contratos negociados na B3 ou fundos de índice (ETFs). A atratividade, segundo especialistas, depende do horizonte de tempo e da estratégia de diversificação da carteira.

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