
Corpos de Rian Barroso e Brito, de 24 anos, e Thiago Silva foram encontrados nesta quarta-feira (28) em Cruzeiro do Sul. Segundo a polícia, vítimas eram homossexuais e tiveram os corações arrancados por criminosos. Rian (esq) e Thiago (dir) possivelmente foram mortos pelo “tribunal do crime”.
Arquivo pessoal
Dois corpos foram encontrados em estado de decomposição na tarde desta quarta-feira (28) na Rua São Paulo, em Cruzeiro do Sul, interior do Acre. As vítimas, Rian Barroso e Brito, de 24 anos, e Thiago Silva foram julgadas pelo ‘tribunal do crime’ de uma fação criminosa e mortas com requintes de crueldade, inclusive tendo os corações arrancados do corpo.
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Pelo menos seis pessoas são investigadas por envolvimento nos crimes. A polícia apreendeu dois menores e prendeu um homem nesta quarta.
Segundo a Polícia Civil, as duas vítimas eram homossexuais, contudo, a motivação dos crimes levantada até o momento é de que Thiago Silva estava envolvido em furto de fios de cobre de um aparelho de ar-condicionado de um posto de saúde. Já no caso de Rian, os criminosos acreditavam que ele tinha abusado sexualmente de uma criança. (Veja detalhes abaixo).
O delegado Heverton Carvalho, do Núcleo Especializado em Investigação Criminal (NEIC), explicou, em entrevista à Rede Amazônica Acre, que a polícia chegou até os corpos após familiares de Rian denunciarem o desaparecimento dele na delegacia nessa terça (27).
“A equipe de investigação esteve em campo no sentido de localizar eventuais culpados e encontrar o possível corpo ou aquela vítima. Trabalhamos ao longo da noite nessas tentativas e hoje pela manhã [quarta-feira, 27] encontramos o Rian, numa cova rasa, em uma área de mata”, destacou.
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Ainda segundo o delegado, a polícia não tinha conhecimento do sumiço de Thiago Silva. O corpo dele foi achado também em uma cova rasa próximo da área onde estava o cadáver de Rian Barroso.
“Os familiares do Thiago ainda não tinham registrado a ocorrência, isso, inclusive, é uma dificuldade que a polícia tem no sentido de não haver esse registro de ocorrência por parte dos familiares, então, fica aqui o alerta para os familiares procurarem para a polícia poder fazer o trabalho”, alertou.
Corpos estavam em covas rasas próximas, no interior do Acre
Asscom/CBMAC
Vítimas tiveram o coração arrancado
A polícia acredita que Thiago foi sequestrado entre quinta (22) e sexta (23), levado até o local da execução e morto com marteladas na cabeça. Já Rian, provavelmente, foi morto entre domingo (25) e essa segunda (26).
Ele também recebeu marteladas na cabeça e ainda foi esfaqueado. Os corações dos dois foram arrancados. Os corpos foram retirados do local com a ajuda dos bombeiros.
“Tivemos também a prisão em flagrante de um maior envolvido. Esses três estavam envolvidos tanto no homicídio do Thiago quanto do Rian, serão colocados à disposição da Justiça nesta quinta [29] Outras pessoas também foram identificadas e novas prisões poderão advir desse caso”, completou.
O delegado destacou também que os suspeitos devem responder, inicialmente, por sequestro, organização criminosa, homicídio e ocultação de cadáver. “Vamos aguardar a investigação e o curso do processo”, relatou.
Possível motivação
Inicialmente, o delegado Heverton Carvalho descartou que os crimes sejam motivados por homofobia. “Não tem nada a ver com a situação da homossexualidade dos indivíduos. O Thiago parece que foi julgado e morto pelo ‘tribunal do crime’ devido a um furto de fios de cobre, de um ar-condicionado de um posto de saúde. O Rian também foi sentenciado à morte pela organização criminosa pelo fato de ter estuprado uma criança”, complementou.
Sobre o local em que os corpos foram desovados, o delegado explicou que a área já era conhecida pela polícia por ser usada por organizações criminosas para prática de crimes. “A gente foi até o local e foi possível perceber o corpo. Acionamos o Corpo de Bombeiros para prestar o apoio, que são responsáveis para fazer o salvamento nessas questões. Posteriormente, o IML foi fazer a retirada desses corpos daquela área de mato”, concluiu.
*Colaborou o vídeorrepórter, Mazinho Rogério da Rede Amazônica Acre
VÍDEOS: g1