O fundo imobiliário RBVA11 manteve em maio a distribuição de R$ 0,09 por cota, mesmo após o recente desdobramento que alterou a base de negociação para múltiplos de 10 cotas. Com isso, o valor de mercado das cotas caiu proporcionalmente, para cerca de R$ 8,70, mas o rendimento mensal ainda representa um dividend yield superior a 1% ao mês, o que o posiciona entre os fundos de tijolo mais atrativos da B3.
Com um portfólio robusto de 83 imóveis e aproximadamente 70 mil cotistas, o RBVA11 segue firme em sua estratégia de reciclagem de ativos. Em destaque neste mês está a venda da agência Santa Cecília da Caixa Econômica Federal, negociada com 15% de ágio sobre o valor patrimonial. A operação gerou R$ 3 milhões em lucro, equivalente a R$ 0,03 por cota — considerando a nova base fracionada.
Mais do que a venda em si, a operação marca um ponto histórico na trajetória do fundo: pela primeira vez, o maior inquilino em receita contratada deixou de ser um banco. A Cógra, uma operadora não bancária, assumiu essa posição, reforçando a estratégia da gestora de transformar o RBVA11 em um fundo de renda urbana, com locações mais diversificadas e resilientes.
Desdobramento e liquidez: nova fase para o fundo
O desdobramento de cotas na proporção de 1 para 10, realizado recentemente, não altera o valor efetivo do investimento para o cotista, mas aumenta a acessibilidade e pode impulsionar a liquidez nos próximos meses. A medida, segundo a gestão, é estratégica para democratizar o acesso e atrair novos investidores, sem interferir nos fundamentos ou no rendimento.
A cota, que anteriormente era negociada acima de R$ 80, passou a ser cotada na casa dos R$ 8 após o ajuste. Mesmo com a mudança, o fundo continua apresentando distribuições consistentes e atrativas, sustentadas parcialmente por vendas pontuais de imóveis.
Obras da Portobello avançam e reforçam pipeline
Outro destaque do mês foi o avanço nas obras da nova loja da Portobello, cuja execução superou as expectativas: o cronograma previa 26% de conclusão e a obra alcançou 31%, com entrega estimada para o segundo semestre de 2025. Trata-se de um ativo estratégico na composição futura da receita contratada.
Embora o fundo gere aproximadamente R$ 0,08 por cota em receita operacional, ele consegue manter a distribuição de R$ 0,09 com o reforço pontual das vendas de ativos, como a realizada este mês. Essa política está clara no posicionamento da gestão, que sinaliza a manutenção do patamar de distribuição até, pelo menos, o final do primeiro semestre.
Alavancagem e caixa sob controle
Apesar de contar com alavancagem de 15%, o fundo apresenta posição financeira confortável. O caixa atual é de aproximadamente R$ 9 milhões, mas há R$ 55 milhões em valores a receber, além de participações em FIIs. Somando esses recursos, o fundo tem capacidade de honrar compromissos e seguir executando sua estratégia de transformação com segurança.
A solidez é reforçada pelo acompanhamento rigoroso da alocação patrimonial e pela presença de imóveis bem localizados, o que facilita negociações futuras de vendas ou novas locações com qualidade creditícia.
O post RBVA11 mantém dividendos e acelera transformação para fundo de renda urbana apareceu primeiro em O Petróleo.