A cotação do dólar vem apresentando forte desvalorização ao longo de 2025, acumulando uma queda de 11,28% até o dia 24 de junho, segundo a taxa Ptax. A moeda norte-americana, que iniciou o ano cotada a R$ 6,16, chegou à mínima de R$ 5,45, impulsionada principalmente por fatores externos — com destaque para as medidas comerciais do governo de Donald Trump nos Estados Unidos.
Essa trajetória de desvalorização não é um fenômeno exclusivo do Brasil. O dólar vem perdendo valor globalmente frente a diversas moedas, efeito de uma combinação de incertezas políticas, guerra tarifária e reações internacionais, como o aumento de juros em outros países.
Real é a terceira moeda mais valorizada do mundo em 2025
Com a queda do dólar, o real se destacou no cenário internacional e passou a ocupar a terceira posição no ranking de moedas mais valorizadas do ano frente à moeda americana. O levantamento, divulgado pelo blog da jornalista Débora Freitas na CNN Brasil com dados do economista En Riveiro, mostra que o real só perde para o rublo russo e a coroa sueca.
Essa valorização é relevante não apenas como indicador econômico, mas também por seus reflexos no cotidiano dos brasileiros: insumos importados, como fertilizantes e combustíveis, tendem a ficar mais baratos, impactando positivamente os preços de alimentos e produtos no varejo.
Como Trump influenciou a queda global do dólar
Um dos principais motores dessa tendência foi o retorno de Donald Trump à presidência dos EUA e a retomada da chamada “guerra tarifária”. A ameaça de tarifas comerciais sobre produtos de diversos países gerou instabilidade e incertezas, o que inicialmente valorizou o dólar como moeda de proteção, mas logo em seguida contribuiu para sua queda, à medida que o mercado passou a prever que os impactos seriam menos abrangentes do que o esperado.
Em fevereiro, o anúncio de tarifas restritas a veículos do México e Canadá trouxe alívio aos mercados. Já em abril, o conflito comercial com a China reacendeu tensões, com retaliações mútuas que envolveram inclusive o Brasil. No entanto, com a posterior pausa nas tarifas anunciada por Trump, o dólar voltou a cair.
Fatores internos também pesam: IOF e cenário fiscal
No Brasil, alguns eventos locais também influenciaram o câmbio. A proposta de isenção de IR para determinados contribuintes — enviada ao Congresso sem surpresas — reforçou a previsibilidade fiscal, o que contribuiu para a continuidade da queda do dólar. Por outro lado, a incerteza em torno da elevação do IOF nas operações internacionais e a fragilidade das contas públicas limitaram uma desvalorização ainda maior da moeda americana nesta última semana.
Expectativas para o segundo semestre
Segundo analistas consultados pela CNN, a tendência é que o dólar continue em trajetória de queda moderada nos próximos meses, mantendo-se abaixo de R$ 5,50, desde que não haja deteriorações no cenário fiscal brasileiro ou novos surtos de tensão internacional. A expectativa é positiva principalmente para os setores que dependem de insumos importados, como a agricultura e a indústria, que já começam a sentir o alívio nos custos operacionais.
A queda do dólar em 2025 se consolida como um dos principais movimentos econômicos do ano, com impactos diretos no bolso dos brasileiros e no posicionamento global do real. O cenário é reflexo da instabilidade nas políticas comerciais dos EUA, combinada a fatores internos que reforçam a atratividade da moeda brasileira. A continuidade desse movimento dependerá do equilíbrio fiscal e da política externa das maiores economias globais nos próximos meses.
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