Acre entra em alerta para sarampo após Bolívia declarar emergência


Saúde do Acre confirmou que as estratégias de vacinação e vigilância devem intensificadas para evitar que o contágio se espalhe pelas regiões de fronteira. Acre emite alerta para sarampo após Bolívia declarar emergência
O Acre está em alerta e reforçando medidas de prevenção para evitar casos de sarampo no estado, após o aumento de registrados da doença na Bolívia. Até o momento, não há casos confirmados da doença no estado acreano.
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Contudo, a Secretaria Estadual de Saúde (Sesacre) e as equipes do Plano Nacional de Imunizações no estado (PNI-AC) começaram a intensificar as estratégias de vigilância e vacinação para evitar que o contágio se espalhe nas áreas de fronteira com a Bolívia.
As cidades acreanas de Plácido de Castro, Capixaba, Epitaciolândia, Brasiléia e Assis Brasil estão em região de fronteira com a Bolívia.
Segundo a secretária adjunta de Atenção à Saúde, Ana Cristina Moraes, já foram registrados 79 casos em território boliviano. Segundo a pasta, todos os setores estão preparados para atuar em caso de suspeitas.
“É bom a gente deixar frisado que não existe realmente ainda nenhum caso confirmado no Brasil, mas toda a nossa rede assistencial, tanto a rede hospitalar como os nossos laboratórios estão preparados. Inclusive a vigilância está trabalhando com o fortalecimento nas unidades hospitalares para que a gente possa, em 72 horas, ter resultados laboratoriais em caso de suspeita de sarampo”, explicou.
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Divulgação/Prefeitura de Santos
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Além da preparação dos laboratórios e unidades de saúde, a gestora afirma que o Ministério da Saúde (MS) está articulando estratégias junto a vários estados que também ficam na área de fronteira com a Bolívia para evitar infecções no país. A cidade de Cuiabá, no Mato Grosso, também emitiu alerta para reforçar a prevenção ao contágio do sarampo.
Outra medida adotada pela Sesacre em diálogo com o governo federal é a organização de oficinas com profissionais dos municípios de Brasiléia e Epitaciolândia.
“Estamos trabalhando através do nosso Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS) estamos trabalhando as barreiras ali na fronteira, a intensificação da vacina, a orientação e dialogando também com o secretário de Saúde de Pando para que a gente possa manter uma barreira sanitária para que esse vírus não chegue a entrar no Brasil”, acrescentou a secretária adjunta.
Estratégias foram detalhadas durante entrevista coletiva na manhã desta terça-feira (8)
Eldérico Silva/Rede Amazônica Acre
Vacinação é fundamental
O Plano Nacional de Imunizações no Acre (PNI-AC) ressalta que a cobertura vacinal contra o sarampo em crianças menores de dois anos é satisfatória quanto à primeira dose. Entretanto, a segunda aplicação tem cobertura abaixo do ideal, que é de 95% do público-alvo.
Conforme o Ministério da Saúde, o Acre está há 25 anos sem casos autóctones – ou seja, de transmissão dentro do território – de sarampo. A pasta atribui a marca à aplicação da vacina.
O esquema de imunização contra o sarampo prevê duas doses para pessoas de um a 29 anos. Entre 30 e 59 anos, uma dose é suficiente.
“Essa vacina pode estar registrada na sua caderneta com as siglas TV, DV, tríplice viral ou SRC. Então, se você tem a sua caderneta de vacinação procure identificar se tem essas doses lá. Não conseguiu identificar, procure qualquer unidade de saúde do estado. Temos 246 salas de vacina totalmente abastecidas com imunobiológico, com as doses de reforço que já chegaram para a gente. Recebemos nessa última semana mais de 36 mil doses da vacina”, destaca a coordenadora do PNI-AC, Renata Quiles.
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Sintomas e prevenção
O sarampo é uma doença aguda, transmitida por gotículas emitidas por tosse, fala ou espirro. O vírus possui período de encubação de até 14 dias e os sintomas costumam ser febre, dor de cabeça, manchas no corpo.
“Também podem incluir conjuntivite. Ela pode evoluir para um quadro muito mais grave, com pneumonia, com meningite e até óbito”, alerta a infectologista Cirley Lobato.
Uma das principais formas de se prevenir é evitando aglomerações. Em caso de sintomas, a recomendação é procurar atendimento médico imediato.
“Sempre falo que as doenças infecciosas no início são muito parecidas. Tem febre, dor de cabeça, dor no corpo, mas os colegas [médicos] estão cientes disso, estão sabendo desse surto que está ocorrendo na Bolívia. Então, a preocupação maior é justamente você pensar na possibilidade de que seja um sarampo [em caso suspeito] porque se não pensar não se faz o diagnóstico. Se você tem uma manifestação clínica, pede os exames laboratoriais e eles estão sim capacitados a fazer o diagnóstico diferencial com os outros agravos que estão ocorrendo nesse momento”, concluiu a infectologista.
*Colaborou o repórter Eldérico Silva, da Rede Amazônica Acre.
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Orientação para viajantes:
Caso apresente os sinais e sintomas da doença, procurar a assistência em saúde imediatamente, relatando o trajeto da viagem e evitar o contato com outras pessoas.
Sinais e sintomas:
Febre alta;
manchas vermelhas;
tosse seca;
irritação nos olhos (conjuntivite);
nariz escorrendo (coriza) ou entupido.
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