As tarifas impostas por Donald Trump contra a China já começaram a mexer com a Bolsa brasileira. Na última semana, cinco ações saltaram mais de 17%, chegando a registrar até 27% de valorização, à medida que investidores buscavam papéis de empresas brasileiras com forte exposição ao mercado americano ou ligadas a commodities exportadas aos EUA.
O movimento, porém, já levanta um alerta entre especialistas: seguir a manada pode ser arriscado se não houver uma estratégia clara por trás. A seguir, entenda quais foram as ações que mais subiram, por que elas se beneficiaram e os cuidados que você deve ter antes de investir.
Contexto macroeconômico
O cenário foi impulsionado pela volta de Donald Trump ao poder nos EUA com a promessa de tarifas pesadas sobre produtos chineses. As novas tarifas criam espaço para fornecedores alternativos, beneficiando o Brasil como exportador de alimentos, aço e produtos químicos.
Segundo relatório da XP, essas cinco ações têm alta exposição aos EUA — seja por exportações, operações no país ou aumento da demanda pelas commodities brasileiras. A valorização expressiva veio como resposta à expectativa de que essas empresas ganhem participação no mercado americano diante das barreiras para a China.
As cinco ações que explodiram
Veja as cinco ações brasileiras que mais se destacaram no período e os dados financeiros mais relevantes para cada uma:
Ação | Setor | Alta na semana | P/L | EV/EBIT | Ranking de desconto |
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SLC Agrícola (SLCE3) | Agronegócio | +17% | 11x | 7x | 59ª mais barata |
BrasilAgro (AGRO3) | Agronegócio | +18% | 10x | 9x | 48ª mais barata |
Unipar (UNIP6) | Químico | +22% | 10x | 9x | 72ª mais barata |
Rumo (RAIL3) | Logística | +27% | — (prejuízo) | 21x | 117ª mais barata |
Gerdau (GGBR4) | Siderurgia | +19% | 10x | 6x | 17ª mais barata |
Por que ter cautela
Analistas alertam para algumas armadilhas comuns em momentos como este:
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Seguir a multidão: comprar ações apenas porque estão em alta ou em uma manchete muitas vezes significa pagar caro por algo já precificado.
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Falsa proteção: achar que apenas ter exposição aos EUA protege contra crises pode ser ilusório.
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Momento x estratégia: aproveitar tendências de alta (momentum) pode ser válido, mas deve ser feito com método e disciplina.
Estratégias quantitativas e diversificação são fundamentais para evitar decisões impulsivas e manter uma carteira saudável no longo prazo.
As ações ligadas ao agronegócio, exportação e mercado americano estão no radar e podem continuar a se beneficiar das tarifas de Trump. No entanto, entrar nesses papéis sem um plano estruturado aumenta o risco de prejuízos. Antes de investir, entenda o contexto, avalie se a ação se encaixa na sua estratégia e tenha em mente que valorizações expressivas já podem estar embutidas no preço.
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