Mãe vive angústia por filhos que sumiram com o pai durante as férias; homem não tem guarda e polícia faz buscas


O caso está sendo investigado pela Polícia Civil de Tupaciguara
Google Maps/Reprodução
A Polícia Civil de Minas Gerais realiza buscas para encontrar duas crianças, uma menina de 5 anos e um menino de 7, que foram levadas pelo pai para passarem parte das férias escolares no dia 9 de julho e não foram devolvidas à mãe na data combinada, 21 do mesmo mês. A Justiça da comarca de Tupaciguara, cidade onde o pai reside, expediu um mandado de busca, mas as crianças não foram encontradas em nenhum dos endereços ligados ao homem.
Prestes a completar um mês sem notícias dos filhos, Klissia Santos Silva, de 28 anos, moradora de Uberlândia, tem divulgado fotos das crianças nas redes sociais, na esperança de que alguém os reconheça. A preocupação aumenta devido à condição médica delicada da filha mais nova.
“O último dia que eu tive contato foi no dia 9, quando ele veio até a porta da minha casa e pegou as crianças. Desde então, nem por telefone, nem WhatsApp, nada. E eu tentei várias vezes, até porque minha filha tem problemas de saúde, ela tem crises de epilepsia e faz uso de medicamentos controlados. Eu precisava saber se ela tinha passado mal, porque ela tinha uma consulta no dia 21. Mas não obtive resposta”, explicou.
➡️ Clique aqui e siga o perfil do g1 Triângulo no Instagram
A Delegacia da Polícia Civil de Tupaciguara conduz as investigações. Em nota, a corporação informou que foi instaurado um inquérito para apurar o desaparecimento e garantiu que buscas estão sendo feitas para localizar as crianças. A instituição ressaltou ainda que o caso corre em segredo de Justiça.
Quase um mês sem notícias dos filhos
Segundo Klissia, desde abril deste ano ela detém a guarda unilateral dos filhos, ou seja, é a responsável legal por todas as decisões relativas à vida das crianças. O pai, de 49 anos, tem direito de convivência, podendo ficar com os filhos em finais de semana alternados e durante parte das férias escolares. Antes da definição judicial, o casal mantinha apenas um acordo informal, em que os filhos permaneciam com a mãe e o pai os visitava.
Klissia contou que, neste ano, o ex-companheiro deveria devolver as crianças até as 9h do dia 21 de julho. No entanto, como o combinado não ocorreu, por volta das 11h do mesmo dia, ela registrou o primeiro boletim de ocorrência relatando a falta de contato com os filhos. No dia seguinte, um novo registro policial foi feito, desta vez informando o desaparecimento.
No dia 24 de julho, o juiz Roberto Bertoldo Garcia, da 2ª Vara Cível, Criminal e da Infância e Juventude da comarca de Tupaciguara, expediu com urgência um mandado de busca e apreensão das crianças. A decisão determina que as buscas sejam feitas nos endereços informados pela mãe, com autorização para o uso de força policial, se necessário.
“Eu fui juntamente com a Polícia Militar e com a assistência social. Fomos nas duas casas que ele tinha e recebemos informações de que ele havia vendido esses imóveis e também materiais de trabalho. Ele mexia com sorvete e açaí, então vendeu a máquina de sorvete, vendeu o freezer… Enfim, vendeu bens”, relatou Klissia.
A mãe afirma que a família do pai das crianças informou ter tido contato com ele pela última vez no dia 11 de julho, quando ele teria dito que viajaria para Caldas Novas com as crianças e um amigo.
Apesar do embate no processo judicial pela guarda e da resistência inicial por parte do pai dos menores, Klissia contou que ele sempre seguiu as determinações da Justiça com relação às visitas. Ela também disse que o ex-companheiro nunca demonstrou intenção de desaparecer com os filhos.
“Até então, estava tudo bem. Ele pegava e entregava certinho. E eu tenho que cumprir a lei, então entreguei as crianças. No período das férias, elas ficam metade comigo e metade com ele. E eu sempre cumpri com o que foi determinado. Mas ele nunca demonstrou que faria esse tipo de coisa.”
LEIA TAMBÉM:
Avô e neto saem de carro para ir ao mercado e são encontrados a mais de 100 km de casa
Adolescente de 13 anos que estava desaparecida em MG é encontrada
Homem que inventou desaparecimento de namorada morta foi desmentido por vídeo de câmera de segurança; assista
Grávida de sete meses de um outro relacionamento, Klissia aguarda ansiosa por informações concretas que levem ao paradeiro dos filhos.
“Com a repercussão, têm chegado algumas informações. Uma eu já mandei para minha advogada, que está em contato com o delegado. Mas só. Ainda não sabemos de nada! Eu peço: quem vir meus filhos, são crianças lindas, não passam despercebidas, entre em contato com a gente, façam uma denúncia”, concluiu.
Veja também: Polícia Civil coleta DNA de familiares de desaparecidos no Triângulo
Polícia Civil participa da mobilização para coleta de DNA de familiares de desaparecidos
VÍDEOS: veja tudo sobre o Triângulo, Alto Paranaíba e Noroeste de Minas
Adicionar aos favoritos o Link permanente.