O Banco do Brasil registrou lucro líquido ajustado de R$ 3,8 bilhões no 2º trimestre de 2025, uma queda de 60% em relação ao mesmo período de 2024 e de quase 50% frente ao trimestre anterior. O ROE recuou de 16,7% para 8,4%, refletindo a piora na rentabilidade.
A principal pressão veio da inadimplência — especialmente no agronegócio — e do aumento nas provisões para perdas, que saltaram para R$ 15,9 bilhões, mais que o dobro na comparação trimestral.
Dependência das participações societárias
As coligadas e controladas foram responsáveis por sustentar o resultado. No 1º semestre, 72% do lucro veio de empresas como BB Seguridade, Banco Votorantim, BB Cartões e Banco da Patagônia.
No 2º trimestre, o resultado de equivalência patrimonial foi de R$ 4,3 bilhões, superando inclusive o lucro líquido do período, evidenciando prejuízos nos segmentos de crédito.
Guidance 2025: previsões ajustadas
O banco atualizou suas projeções para o ano:
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Lucro líquido ajustado: R$ 21 a R$ 25 bilhões
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Crescimento da carteira de crédito: 3% a 6%
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Margem financeira bruta: R$ 102 a R$ 105 bilhões
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Custo de crédito: R$ 53 a R$ 56 bilhões
A expectativa é de melhora moderada no segundo semestre, mas com provisões ainda elevadas.
Dividendos mais modestos
O payout foi reduzido para 30% do lucro, contra os 40% a 45% anteriores. Com isso, o dividend yield esperado para 2025 fica entre 5,6% e 6,6%, bem abaixo do histórico recente.
O banco não anunciou proventos junto ao balanço, mas manteve o calendário do segundo semestre, com próximo anúncio previsto para 20 de agosto.
Indicadores financeiros
Indicador | 2T25 | Var. a/a | Observações |
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Lucro líquido ajustado (R$ bi) | 3,8 | −60% | Pressão de provisões |
ROE (%) | 8,4 | — | Menor em anos |
Provisões (R$ bi) | 15,9 | +104% | Alta no agro |
Margem financeira bruta (R$ bi) | 25,1 | −1,9% | Tesouraria pressionada |
Carteira de crédito (R$ tri) | 1,3 | +11,2% | Crescimento moderado |
Payout 2025 | 30% | ↓ | Menos dividendos |
No curto prazo, a tese de investimento em BBAS3 perde atratividade para quem busca dividendos robustos. O foco passa a ser recuperação operacional, com melhora na qualidade da carteira e redução das provisões.
O valuation descontado, com P/VPA em torno de 0,65, pode representar oportunidade para horizontes de 2 a 3 anos, caso o banco consiga retomar rentabilidade e ROE de dois dígitos.
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