Brasil e Guiana impulsionam exportações e evitam colapso do petróleo

As exportações globais de petróleo bruto e condensado seguem fortes em agosto de 2025, desafiando as previsões de um iminente excesso de oferta. A demanda ainda aquecida no verão do hemisfério norte e o aumento da produção em países como Brasil e Guiana equilibram momentaneamente o mercado. No entanto, especialistas alertam que esse cenário pode mudar drasticamente no quarto trimestre, com o fim da alta temporada de consumo e a flexibilização total dos cortes de produção pela OPEP+.

Exportações seguem acima da média histórica

Segundo a empresa Vortexa, as saídas globais de petróleo bruto ficaram em torno de 41 milhões de barris por dia (bpd) na primeira quinzena de agosto — um volume 2% superior à média sazonal dos últimos oito anos e acima dos níveis registrados em 2023 e 2024.

O principal destaque vem da América do Sul, que registrou aumento de 9% nas exportações, com Brasil e Guiana liderando os embarques. Por outro lado, a Bacia do Pacífico apresentou queda de 7% nas exportações em relação à média sazonal.

Oriente Médio com produção contida e demanda interna aquecida

Apesar da flexibilização dos cortes por parte da OPEP+, a região do Oriente Médio não elevou significativamente suas exportações. Fatores como:

  • Compensação por superprodução anterior (caso do Iraque),

  • Aumento da demanda interna para geração de energia, típico em períodos de calor extremo,
    moderaram a disponibilidade de petróleo para o mercado internacional. Como resultado, os estoques onshore da OPEP+ estão 4% abaixo da média sazonal, de acordo com relatório da Vortexa.

Risco de queda nos preços com fim do verão e aumento de produção

Com o fim do verão se aproximando, analistas destacam uma potencial reversão no equilíbrio do mercado. O backwardation — estrutura de preços em que contratos futuros de curto prazo são mais caros que os de longo prazo — diminuiu no mercado de Dubai, sinalizando expectativas de maior oferta no horizonte.

“A estabilidade atual nos preços pode não se manter, especialmente com novos aumentos de produção esperados para setembro”, afirmou Mark Toth, analista da Vortexa.

A diferença de preço entre o Brent e o Dubai (EFS) caiu drasticamente de US$ 3,70 para US$ 0,23 por barril, entre junho e agosto, evidenciando a pressão nos preços de referência.

Refinarias perto do pico e estoques ainda baixos

A Agência Internacional de Energia (AIE) estima que as execuções de petróleo pelas refinarias alcançarão 85,6 milhões de bpd em agosto, um recorde histórico. Porém, o ritmo deve desacelerar após setembro, e o risco de excesso de oferta crescerá à medida que a demanda de importação na Europa cair e a manutenção de refinarias no outono se iniciar.

Apesar disso, os estoques permanecem baixos nos principais centros de precificação dos Estados Unidos, o que retarda o impacto direto da possível sobreoferta. O consenso, no entanto, aponta que o quarto trimestre poderá trazer pressão significativa sobre os preços.

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