Estrangeiros em Roma: quem são, de onde vêm e por que vão embora

A cidade de Roma, tradicional porta de entrada de imigrantes na Itália, viu sua população estrangeira residente quase dobrar nas últimas duas décadas. Segundo o novo relatório do Observatório sobre Migrações do Lácio, divulgado pelo Centro de Estudos IDOS, o número passou de cerca de 180 mil em 2001 para quase 355 mil em 2025. Ainda assim, a capital italiana enfrenta desafios para reter essa população de forma duradoura.

Atualmente, Roma tem a maior população estrangeira entre as cidades italianas, com representação de 187 nacionalidades. Os grupos mais numerosos são os romenos (74 mil), seguidos por filipinos (38 mil), bengaleses (33 mil), chineses (17 mil) e ucranianos (14 mil). A presença latino-americana, asiática e africana também é significativa, com destaque para peruanos, indianos, nigerianos e marroquinos.

Perfil em transformação

A presença feminina ainda predomina (51,4%), especialmente entre os imigrantes da Europa Central e do Sul e das Américas. Porém, há equilíbrio crescente entre os gêneros, com aumento da presença masculina, principalmente entre os jovens.

Também houve envelhecimento da população estrangeira. A faixa etária entre 40 e 49 anos tornou-se a mais comum. A idade média dos estrangeiros no país é de 36,8 anos, sendo de cerca de 40 anos para as mulheres. O número de menores de idade caiu, indicando estabilização dos fluxos migratórios.

Onde vivem os estrangeiros em Roma

A capital concentra 68% dos estrangeiros do Lácio, enquanto os demais se espalham por cidades vizinhas como Guidonia, Fiumicino, Pomezia, Anzio e Tivoli. As áreas periféricas e semiurbanas de Roma são as mais escolhidas pelos imigrantes, enquanto as zonas centrais perdem moradores devido ao alto custo de vida e à expansão do turismo.

Menos filhos, mais cidadania

Apesar do crescimento migratório, Roma enfrenta queda na natalidade. O índice caiu para 6,9 por mil em 2024 — redução de 46% em dez anos. O número médio de filhos por mulher, tanto entre estrangeiras quanto italianas, está abaixo da taxa de reposição populacional.

Atualmente, 15% dos nascimentos em Roma são de filhos de estrangeiros. Já os estudantes de origem estrangeira somam 11% do total. A queda nos nascimentos é atribuída ao envelhecimento populacional, à diminuição dos fluxos de entrada e à instabilidade econômica.

A aquisição da cidadania italiana avança lentamente em Roma. No país, cerca de 18 a cada 100 estrangeiros residentes na capital foram naturalizados em 2021. O número sobe para 31 no norte da Itália, onde há maior estabilidade entre imigrantes. As mulheres representam a maioria dos novos cidadãos.

Por que muitos estrangeiros deixam Roma

Apesar de continuar sendo porta de entrada para os fluxos migratórios, Roma nem sempre oferece condições favoráveis para permanência a longo prazo. Muitos estrangeiros deixam a capital em busca de maior estabilidade econômica, acesso facilitado à moradia e melhores oportunidades de trabalho em outras regiões da Itália ou da Europa.

O aumento do custo de vida, a precariedade dos vínculos empregatícios e a transformação de imóveis residenciais em estruturas turísticas, como B&Bs, dificultam a fixação definitiva.

Esse cenário explica o paradoxo de Roma ser, ao mesmo tempo, a cidade com maior fluxo de entrada e de saída de estrangeiros no país.

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