A Petrobras vive um cenário desafiador no mercado acionário: com a queda do barril de petróleo e previsões pessimistas para 2025 e 2026, suas ações registraram leve desvalorização. Ainda assim, os fundamentos financeiros, dividendos generosos e valuation descontado mantêm a companhia como uma das favoritas entre investidores de longo prazo.
Petróleo em baixa pressiona resultados
Os preços do petróleo Brent caíram recentemente, refletindo uma dinâmica de oferta elevada e incertezas econômicas globais. O JP Morgan projeta o barril em US$ 66 em 2025 e até US$ 58 em 2026, cerca de 14% abaixo das cotações atuais, o que impacta diretamente os lucros da estatal, altamente dependente da commodity.
Além disso, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) aumentou a produção em 411 mil barris/dia, ampliando a pressão sobre os preços.
Dividendos ainda robustos
Apesar do cenário adverso, os dividendos permanecem um ponto forte: a Petrobras ocupa a 9ª posição entre as maiores pagadoras de dividendos do Brasil em 2025, com um dividend yield acumulado de cerca de 17% nos últimos 12 meses, superando o CDI.
Em agosto, a companhia pagará R$ 0,45 por ação (PETR3 e PETR4), com data de pagamento em 20/08. Ao longo de 2025, os proventos já anunciados somam cerca de R$ 1,61 por ação, o que corresponde a mais de 5% sobre a cotação atual, sem contar dividendos remanescentes de anos anteriores.
Valuation atrativo
Os múltiplos atuais reforçam a tese de que as ações da Petrobras seguem descontadas:
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Preço/Valor Patrimonial (P/VPA): 0,4, indicando baixo ágio.
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Preço/Lucro (P/L): 8,59, abaixo da média histórica.
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Rentabilidade: ainda sólida, com crescimento de receita em dois dígitos, embora o lucro tenha caído junto com as margens.
Plataformas como o Invest Pro apontam um preço-alvo de R$ 42,30, potencial de alta de cerca de 31,9% sobre a cotação atual.
Controladores e movimentações
Relatórios da CVM indicam que o conselho fiscal realizou pequenas compras nos últimos seis meses, mas sem grandes movimentações por parte dos controladores. Entre setembro de 2023 e fevereiro de 2024, houve mais compras do que vendas, sinalizando confiança moderada.
Comparação internacional
No ranking de petrolíferas globais, a Petrobras aparece como 2ª melhor do mundo, atrás apenas da Alvo Petro Energy, com destaque para lucro, momento e valor relativo.
Com fundamentos sólidos, posição de liderança em exploração em águas profundas e um valuation atrativo, a Petrobras segue como uma oportunidade para investidores de longo prazo — especialmente para quem busca renda passiva via dividendos.
No entanto, a queda nos preços do petróleo e margens menores podem reduzir os lucros e afetar as distribuições futuras, o que reforça a necessidade de cautela e diversificação.
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