A ANBEC (Associação dos Aposentados Mutualistas para Benefícios Coletivos) é alvo de uma investigação da Polícia Federal (PF) e da Controladoria-Geral da União (CGU) por suspeita de aplicar descontos indevidos em benefícios de aposentados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Segundo as investigações, a arrecadação da entidade saltou de apenas R$ 135 em 2021 para quase R$ 15 milhões em 2022 um crescimento alarmante de mais de 11 milhões por cento em apenas um ano.
O volume financeiro movimentado não parou de crescer. Em 2023, a ANBEC arrecadou R$ 91 milhões e, nos três primeiros meses daquele ano, já havia obtido quase R$ 2 milhões. A operação conjunta da PF e CGU apura se houve fraude na adesão de beneficiários e na efetivação dos descontos.
Estrutura incompatível e desconhecimento dos beneficiários
De acordo com a CGU, a ANBEC não possui estrutura física compatível com a quantidade de associados que declara ter, tampouco condições de prestar os serviços prometidos. Além disso, muitos aposentados e pensionistas afirmaram desconhecer a entidade, mesmo com descontos recorrentes em seus benefícios.
O inquérito da PF indica que a associação seria controlada por “laranjas” ligados ao empresário do setor de saúde Maurício Camisote, do grupo THG, proprietário das empresas Brasil Dental e Previdente.
Transferências milionárias e suspeita de esquema
Entre agosto de 2023 e abril de 2024, a ANBEC transferiu mais de R$ 7 milhões para a Previdente, empresa do grupo THG. A defesa de Maurício Camisote e da Previdente foi procurada, mas não se manifestou até o momento.
Em nota, os advogados da ANBEC, Daniel Biusk e Bruno Borragini, alegaram que a associação não realizou filiações em massa e que terceirizou a captação de novos associados para empresas privadas. A defesa sustenta que, se houve fraude, ela teria sido cometida por essas empresas, posicionando a ANBEC como vítima, ao lado dos aposentados.
Impactos e próximos passos
A investigação levanta questões importantes sobre a fiscalização dos descontos em benefícios previdenciários e a vulnerabilidade dos aposentados a práticas abusivas. A Polícia Federal segue apurando os indícios de irregularidades e o possível envolvimento de empresários e intermediários no suposto esquema.
O caso reforça a necessidade de os beneficiários do INSS monitorarem rigorosamente os extratos de pagamento e denunciarem descontos não autorizados.
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